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22 de dezembro de 2025

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Marcha pelo Clima reúne 70 mil em Belém antes da COP30

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Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Máscaras de Chico Mendes e do cacique Raoni, a alegoria do boitatá, e o som de carimbó e brega marcaram a Marcha Mundial pelo Clima que tomou as ruas de Belém (PA) neste sábado (15). A manifestação, que reuniu cerca de 70 mil pessoas segundo os organizadores, foi um retrato da diversidade cultural e social da Amazônia.

O percurso de aproximadamente 4,5 km, do Mercado de São Brás até a Aldeia Cabana, aconteceu sob um sol forte de 35°C, simbolizando a urgência de decisões efetivas no combate à emergência climática – tema central da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).

A marcha foi organizada pela Cúpula dos Povos e pela COP das Baixadas, com a participação de representantes de organizações de todos os continentes, povos tradicionais e comunidades paraenses. O objetivo é pressionar por políticas mais ambiciosas e justas durante a COP30, que será realizada em Belém no final deste ano.

“Estamos aqui com todos os povos do mundo e movimentos sociais para um grito de alerta sobre as ameaças e os ataques aos territórios, e contra defensores e defensoras dos direitos humanos e do meio ambiente. Precisamos que órgãos oficiais e a ONU reconheçam que, para ter transição justa, é preciso proteger quem protege a floresta”, declarou Darcy Frigo, do Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos (CBDDH) e da comissão política da Cúpula dos Povos.

Eduardo Giesen, coordenador na América Latina da Global Campaign to Demand Climate Justice, também ressaltou a necessidade de denunciar “as falsas soluções para as mudanças climáticas, como fundos de financiamento para florestas”. Ele pediu explicitamente para que não haja exploração de petróleo na Amazônia e a redução do uso de combustíveis fósseis no mundo.

As ministras do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, se juntaram à marcha para demonstrar apoio ao movimento. Marina Silva destacou o caráter popular da COP30, diferente de outras conferências que restringiam as manifestações sociais aos espaços oficiais da ONU.

“Depois de outras COPs, em que as manifestações sociais ocorriam apenas dentro de espaços oficiais da ONU, no Brasil, no Sul Global, em uma democracia consolidada, podemos ocupar as ruas. A COP30 permite o encontro das periferias, das águas, das cidades, dos campos, das florestas. Lugares que enfrentam as mudanças do clima. Em que pesem nossos desafios e contradições, temos que fazer um mapa do caminho para transição justa e encerrar a dependência dos combustíveis fósseis”, afirmou a ministra.

A força cultural da Amazônia também esteve presente na marcha, com a participação do Arraial do Pavulagem, grupo que divulga a música popular paraense e amazônica. Júnior Soares, coordenador do Pavulagem, enfatizou que as condições ambientais são sempre importantes para o grupo.

Marciele Albuquerque, indígena Munduruku, ativista e cunhã-poranga do Boi Caprichoso, defendeu a demarcação de terras indígenas como uma política climática essencial. “A marcha é central para as nossas demandas, porque tem povos, vozes e línguas do mundo inteiro. Uma diversidade cultural muito grande para mostrar a nossa força tanto nas ruas como para o mundo. Nós estamos no centro de todas as discussões na COP30 aqui em Belém, defendendo as pessoas que vivenciam a Amazônia e que pagam pelas consequências climáticas das quais não são responsáveis”, disse Marciele.

Um destaque da manifestação foi uma escultura de 30 metros representando uma cobra com a frase: “Financiamento direto para quem cuida da floresta”. A obra, criada por 16 artistas de Santarém, apoiada pelo movimento Amazônia de Pé e pela Aliança dos Povos pelo Clima, apoia a campanha “A gente cobra”, que exige financiamento direto para as populações que vivem na floresta amazônica.

Movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) também participaram, trazendo a demanda por moradia digna, relacionada aos impactos das mudanças climáticas. Kwami Kpondzo, da Global Forest Coalition, de Togo, na África, defendeu a união de todos os movimentos populares para lidar com os problemas ambientais globais.

A manifestação encerrou com a cobrança por que as negociações climáticas da COP30 considerem as ideias e anseios dos movimentos populares, com reivindicações como a extinção dos combustíveis fósseis, o fim do financiamento público ao agronegócio, a demarcação de terras indígenas e quilombolas e a retirada de invasores desses territórios.

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