Manaus está dando um passo importante para a gestão de resíduos e sustentabilidade com a conclusão da primeira célula do seu primeiro aterro sanitário municipal. A obra, localizada no quilômetro 19 da AM-010, no bairro Lago Azul, representa um marco para a cidade e para toda a região Norte do Brasil.
O complexo, que ocupa 67 hectares, foi projetado com quatro células sanitárias, totalizando 20 hectares de área operacional. Cada célula possui 50 mil metros quadrados e conta com sistemas completos de impermeabilização, drenagem, contenção, tratamento de efluentes e reaproveitamento energético.
Com capacidade para receber 2.600 toneladas de resíduos por dia, o aterro tem vida útil estimada em 20 anos, com um investimento entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões. A expectativa é que ele entre em operação em fevereiro de 2026, sendo o primeiro do Norte do Brasil totalmente adequado à Resolução 430 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
O prefeito David Almeida destacou que a construção do aterro sanitário resolve um problema histórico da cidade, que sofria com o colapso do antigo aterro controlado. “Estamos implementando o primeiro aterro sanitário de Manaus e resolvendo definitivamente essa questão histórica”, afirmou.
Além da destinação correta dos resíduos, o novo aterro também é um passo importante para a transição energética da cidade. A prefeitura planeja instalar uma usina para aproveitar o gás gerado pela decomposição do lixo e produzir biometano, um combustível limpo que poderá ser usado na frota de veículos de coleta da cidade.
“Hoje nossos veículos de coleta usam combustíveis fósseis, muito poluentes. Com o biometano produzido aqui, vamos mover a frota com energia limpa e reduzir as partículas poluentes. Manaus fará a sua transição energética usando o biometano gerado no próprio aterro sanitário”, explicou o prefeito.
A nova infraestrutura é vista como um dos pilares da participação de Manaus na COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que acontecerá em Belém (PA). A cidade espera apresentar resultados concretos e mensuráveis em relação à gestão de resíduos e à produção de energia limpa.
O secretário municipal de Limpeza Urbana, Sabá Reis, ressaltou o impacto financeiro positivo do projeto. “A usina terá capacidade de abastecer até 300 veículos por dia com biometano. Isso significa economia real para Manaus e um grande avanço na política ambiental da cidade”, disse.
Com a conclusão da primeira célula e o avanço do projeto, Manaus se consolida como referência em gestão moderna de resíduos, produção de energia limpa e política climática na Amazônia.











