Para muitos amazonenses, o sabor do guaraná Magistral faz parte da memória afetiva. Fundado em 1945, o refrigerante completa 80 anos como um símbolo da iniciativa empresarial local e um acompanhamento da história de gerações.
A trajetória da Magistral se entrelaça com a de Dona Cruz, como era conhecido o fundador, José Cruz, um português que encontrou em Manaus a oportunidade de empreender. De um pequeno negócio, a empresa cresceu, tornando-se uma referência no mercado de refrigerantes do estado, sempre prezando pela qualidade e pelo compromisso com a comunidade.
Quem viveu nas décadas de 50 e 60 lembra de paradas obrigatórias na Magistral, no caminho para o futebol no Clube Parque Dez de Novembro. O Sr. Cruz era conhecido por apoiar iniciativas estudantis, tornando a empresa um ponto de encontro e referência para a juventude da época.
Atualmente, a direção da J. Cruz Indústria de Bebidas (Magistral) está nas mãos de Luiz Cruz, Vítor Cruz e José Cruz Neto, que receberam o prêmio “Industrial do Ano 2025” do Sistema FIEAM. O reconhecimento demonstra a continuidade do legado familiar e a importância da Magistral para a economia do Amazonas. A empresa, ao lado de gigantes como Baré e Tuxaua, soube se reinventar ao longo dos anos, diversificando seu portfólio com novos sabores e a produção de água mineral.
Enquanto a Magistral se consolida no mercado de refrigerantes, o interior do Amazonas também preserva sua história com o guaraná. Em Itacoatiara, marcas como Xexuá e Guanabara marcaram época, mas hoje são lembranças. Já em Maués, a capital nacional do guaraná, a produção se concentra no guaraná orgânico em pó, cultivado por pequenos produtores familiares com métodos tradicionais.
A diferença entre o refrigerante e o guaraná em pó é grande, mas ambos representam a riqueza e a diversidade da cultura amazônica. A Magistral, com seus 80 anos de história, continua sendo um símbolo de orgulho para os amazonenses, demonstrando que, com esforço, dedicação e respeito às tradições, é possível construir um futuro de sucesso.
Para Luiz Cruz, manter a Magistral relevante por tantos anos é motivo de orgulho e responsabilidade. “Continuarmos sendo reconhecidos mais de 50 anos depois é gratificante, mas também nos impõe o dever de fortalecer esse legado que herdamos do meu pai”, afirma.