O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou considerar certa uma reunião com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante coletiva de imprensa em Jacarta, Indonésia, nesta sexta-feira (24). O encontro está previsto para ocorrer em Kuala Lumpur, Malásia, no domingo (26), embora ainda não tenha sido confirmado oficialmente.
Lula declarou que não há “assunto proibido” para ser tratado com Trump e listou pontos que pretende negociar, como o comércio bilateral e as sanções impostas por Washington a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “Tenho todo interesse nessa reunião, mostrar que houve equívoco nas taxações, mostrar com números”, disse o presidente.
Diálogo e Relações Internacionais
Ao responder a perguntas do correspondente da TV Globo, Felippe Coaglio, Lula ressaltou a importância do contato direto para a resolução de divergências. “A relação humana é química”, afirmou, defendendo que uma conversa presencial, com “olho no olho, pegar na mão, abraçar a pessoa”, é mais eficaz do que a comunicação digital.
O presidente brasileiro acredita que a reunião proporcionará um ambiente propício para a retomada de uma relação normal entre os dois países. “Convencido que vai ser bom para o Brasil e para os Estados Unidos, vamos voltar à nossa normalidade”, declarou.
Questões Globais e Regionais
Lula também comentou sobre as ações dos Estados Unidos contra embarcações na costa da Venezuela, expressando preocupação com a possibilidade de o mundo se tornar “uma terra sem lei”. Ele criticou a justificativa de combate ao narcotráfico para ações militares em outros países, defendendo que é necessário considerar a soberania e a Constituição de cada nação.
“Acho que falta um pouco de compreensão da questão da política internacional”, disse Lula, referindo-se à declaração de Trump sobre combater o narcotráfico “na terra dos outros”. Segundo o presidente brasileiro, um líder não pode simplesmente anunciar uma invasão sem considerar as consequências.
Lula está na Ásia para participar da Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Jacarta e Kuala Lumpur. Ele destacou o compromisso do Brasil com a transição energética, enfatizando o potencial do país em energias renováveis e a busca por combustíveis mais limpos.
O presidente defendeu a continuidade da exploração de petróleo como forma de financiar a transição energética, argumentando que a Petrobras tem expertise para realizar essa atividade de forma segura e responsável. Ele ressaltou que a empresa está se transformando em uma empresa de energia, buscando diversificar suas fontes de energia.











