Pesquisa do Iede, em parceria com a plataforma Árvore, destaca a correlação entre o hábito de leitura extensa e o sucesso acadêmico.
Estudantes que se dedicam a leituras mais extensas têm maiores chances de obter avaliações destacadas em disciplinas como leitura, matemática e ciências, revela um estudo realizado pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), em conjunto com a plataforma de leitura Árvore.
A análise evidencia que 29% dos estudantes que leem textos com mais de 100 páginas alcançam pelo menos o nível 4 de proficiência em leitura no Programme for International Student Assessment (Pisa), uma avaliação internacional para alunos de 15 a 16 anos. Em contrapartida, apenas 5% dos alunos que se limitam a textos de uma página ou menos atingem esse nível.
Quando se trata das disciplinas de ciências e matemática, a diferença é ainda mais pronunciada. Entre os leitores assíduos, 33% atingem pelo menos o nível 3 nessas áreas, enquanto apenas 6% dos leitores menos engajados conseguem o mesmo resultado.
O estudo ressalta que a alta proficiência em leitura está diretamente ligada a bons hábitos leitores, indicando que é raro um estudante atingir níveis elevados de leitura sem cultivar esse hábito.
O Brasil destaca-se no estudo como o país com o maior percentual (19,6%) de estudantes que declaram ter lido textos de uma página ou menos, em comparação com a média de 5,5% nos países desenvolvidos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Além disso, a pesquisa revela que países com PIB mais alto e menor taxa de desemprego entre jovens apresentam jovens com melhores hábitos de leitura, sugerindo uma relação entre o desenvolvimento desses hábitos e o sucesso no mercado de trabalho.