Justiça conclui que Raimundo Teles Aguiar Neto, policial federal aposentado, não cometeu feminicídio, conforme apontado pelo MPRO (Ministério Público de Rondônia). De acordo com o entendimento do Juiz, não houve feminicídio, mas sim omissão de socorro, levando em consideração os fatos ocorridos na noite do crime.
Em agosto de 2021, a Polícia Militar foi até a casa do Raimundo depois de receber denúncia de uma suposta violência doméstica. No local os policiais encontraram o homem ao lado do corpo da vítima, Rosilene Chaves de Oliveira, de 46 anos.
De acordo com o registro policial, a vítima estava nua na varanda da casa. Além disso, o ex-marido estava debruçado em cima dela dando socos na região do tórax. A Polícia Civil investigou o caso como feminicídio.
De acordo com pessoas próximas ao ex-casal, Rosilene e o policial federal, os dois estiveram em um relacionamento amoroso por 25 anos. Mas estavam separados há cerca de um ano. Por fim, a mulher tinha medida protetiva contra o ex-marido. Entretanto, amigos relataram à polícia que o homem sempre ligava para ela.
Denúncia
Logo depois de receber o inquérito policial, a promotoria do Ministério Público de Rondônia ofereceu a denúncia onde relatou que de acordo com exames periciais o então suspeito “não prestou socorro a vítima durante a overdose e, ainda, a espancou violentamente, causando sua morte por intoxicação exógena de cocaína (overdose)”.
Na decisão da Justiça, o juiz José Gonçalves da Silva Filho pontua que Raimundo Teles Aguiar Neto não prestou socorro diante do quadro de overdose que Rosilene apresentava, mas descartou o crime de feminicídio.
“Dos achados dos exames externo, interno e laboratoriais, nos resta concluir que a morte ocorreu em consequência de intoxicação exógena, decorrente de overdose por cocaína”.
Diante da decisão da Justiça, o Ministério Público de Rondônia diz que recorrerá. A reportagem tentou contato com a defesa de Raimundo Teles Aguiar Neto. (SGC)