Em Rondônia, cinco juízes receberam em novembro salários líquidos que somam quase R$ 8 milhões, valor equivalente a 97 anos do salário mínimo
Cinco juízes de Rondônia receberam juntos quase R$ 8 milhões líquidos em novembro: quantidade que um trabalhador que recebe um salário mínimo levaria 97 anos para acumular, sem gastar um centavo sequer.
Os valores recebidos pelos juízes foram consultados no Portal da Transparência do Tribunal de Justiça de Rondônia. Para dimensionar o contraste, a comparação foi feita tomando como referência o salário mínimo atualmente fixado em R$ 1.518.
O juiz Danilo Augusto Kanthack Paccini, da 2ª Vara Cível de Porto Velho, foi quem recebeu o maior contracheque: R$ 1.774.187,67 (um milhão, setecentos e setenta e quatro mil, cento e oitenta e sete reais e sessenta e sete centavos) líquido, no total. Esse montante corresponde a cerca de 38 vezes o teto constitucional do funcionalismo público, atualmente fixado em aproximadamente R$ 46 mil brutos, valor equivalente ao subsídio mensal dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em comparação, o presidente do STF, Edson Fachin, recebeu pouco mais de R$ 32 mil líquidos no mesmo mês (novembro), também conforme o Portal da Transparência. Diferentemente de muitos tribunais estaduais, os ministros do STF normalmente não acumulam tantos penduricalhos, o que pode resultar em salários líquidos menores que os de alguns juízes.
Outros magistrados de Rondônia também tiveram supersalários milionários em novembro: Cristiano Gomes Mazzini (R$ 1,7 milhão), Wanderley José Cardoso (R$ 1,7 milhão), Ivens dos Reis Fernandes (R$ 1,6 milhão) e Muhammad Hijazi Zaglout (pouco mais de R$ 1 milhão).
De acordo com o Portal da Transparência do Tribunal de Justiça de Rondônia, os contracheques milionários foram inflados por gratificações e verbas indenizatórias previstas em lei, incluindo pagamentos extras por acúmulo excepcional de processos e um benefício para servidores que migraram de regime previdenciário. Sem esses adicionais, o salário mensal dos juízes gira em torno de R$ 39 mil.
O Tribunal de Justiça de Rondônia foi contatado para comentar os pagamentos milionários, mas não respondeu até o momento.
Com informações do G1










