O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Amazonas realizou uma vistoria técnica em Santo Antônio do Içá, no Alto Solimões, entre os dias 8 e 9 de outubro. O objetivo foi avaliar as condições de preservação do Sítio Arqueológico Presidente Vargas, do acervo da comunidade local e verificar a necessidade de regularização.
A ação foi solicitada pelo Ministério Público Federal (MPF) e faz parte do plano de fiscalização do Iphan para 2025, que prioriza áreas de risco ou de grande importância científica. A região do Alto Solimões, conhecida pela sua rica história e diversidade cultural, recebe atenção especial.
Segundo o arqueólogo Jaime Oliveira, o sítio Presidente Vargas guarda muitos fragmentos de cerâmica da Tradição Polícroma da Amazônia, especialmente da Fase Guarita (entre os séculos VIII e XVI), o que ajuda a entender como as pessoas viviam aqui antes da chegada dos europeus. A cerâmica encontrada é um importante registro da cultura e do modo de vida dessas primeiras populações.
O sítio está numa área de crescimento da cidade, perto de comunidades indígenas e ribeirinhas. Além dos restos arqueológicos, existe um pequeno acervo de objetos do dia a dia, guardado pelo cacique Francisco Barroso Laranhag, que foram encontrados durante obras na comunidade.
O Sítio Arqueológico Presidente Vargas fica numa área de Terra Preta Indígena (TPI), um tipo de solo muito fértil que mostra que a região foi usada por povos antigos como um território importante para a sobrevivência. A área também é rica em natureza e água, o que reforça essa ideia.
Durante a visita, a equipe do Iphan mapeou a área, tirou fotos e coletou informações sobre a localização do sítio. Eles também conversaram com as pessoas da comunidade sobre a importância de proteger esse patrimônio.
Beatriz Calheiro, superintendente do Iphan no Amazonas, destacou que essa ação mostra o compromisso do instituto em preservar os bens arqueológicos da Amazônia. “É fundamental identificar, registrar e acompanhar esses sítios, principalmente no Alto Solimões, onde eles estão próximos de comunidades tradicionais e indígenas”, explicou.
O Iphan vai analisar os dados coletados e incluir o Sítio Presidente Vargas no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA). Isso vai ajudar a fortalecer as ações de preservação e conscientização entre os moradores locais.







