O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) deu o sinal verde para o funcionamento de uma estrutura flutuante inovadora, que vai otimizar o manejo de jacarés na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Médio Solimões. A autorização, publicada nesta sexta-feira (21), é um marco para a atividade e para as comunidades ribeirinhas do setor Jarauá.
A licença estadual era a última pendência para a regularização do entreposto, que promete trazer mais segurança, organização e melhores condições de trabalho para as famílias envolvidas no manejo. A estrutura foi especialmente projetada para a dinâmica da várzea amazônica e funcionará como uma unidade de processamento dos animais.
Este é o primeiro entreposto flutuante totalmente licenciado do Brasil, cumprindo todas as exigências ambientais e sanitárias, e também o primeiro a receber dispensa ambiental. A autorização do Ipaam complementa a autorização federal do Ibama, obtida em 2020, referente ao plano de manejo anterior.
Com a nova licença estadual, um novo plano será submetido ao Ibama para garantir a continuidade da atividade, com a próxima autorização federal prevista para 2026. A regularização é fundamental para assegurar a viabilidade e a sustentabilidade do manejo.
Segundo o Instituto Mamirauá, que acompanha o manejo de jacarés na região desde os anos 2000, a estrutura flutuante representa um avanço significativo. No setor Jarauá, a cota anual de manejo é de até 500 jacarés, gerando uma receita estimada entre R$ 230 mil e R$ 240 mil por ano para cerca de 40 famílias, além de outras comunidades parceiras.
Adelson da Silva Oliveira, 41 anos, presidente da associação local e participante do manejo há 16 anos, celebra a conquista: “É uma grande vitória para a comunidade e para o setor. Conseguir essa licença para o manejo de jacaré era um sonho antigo. É uma conquista que traz renda para as famílias – cerca de 40 aqui, mais outras comunidades – e mostra que é possível usar os recursos da natureza de forma sustentável.”
O manejo de jacarés se junta a outras iniciativas sustentáveis já em curso na região, como o manejo do pirarucu e a pesca artesanal, fortalecendo a economia local e demonstrando que a conservação e a geração de renda podem caminhar juntas na Amazônia.
Por Lucas Macedo, da Rede Amazônica AM











