Um idoso de 64 anos apresentou melhora no estado de saúde, enquanto uma mulher de 37 anos teve uma piora significativa, com lesão cerebral, após a ingestão da planta tóxica Nicotiana glauca, popularmente conhecida como “falsa couve”. O caso ocorreu em Patrocínio, no Alto Paranaíba, Minas Gerais. Um terceiro paciente permanece em coma induzido.
A atualização do boletim médico foi divulgada neste domingo (12) pela secretária de Saúde do município, Luciana Rocha.
Estado de saúde das vítimas:
- Homem, 60 anos: Quadro grave. Em coma induzido, necessitando de ventilação mecânica, sem previsão de suspensão da sedação. A equipe médica aguarda resultados de exames para ajustar o tratamento.
- Homem, 64 anos: Foi extubado no sábado (11). Apresenta quadro estável, com avaliação para possível alta nos próximos dias.
- Mulher, 37 anos: Quadro muito grave. Sem sedação, porém sem despertar. Exames de tomografia indicam lesão cerebral e possível sequela.
Na quarta-feira (9), quatro pessoas da mesma família apresentaram sintomas de envenenamento após o almoço. As vítimas sofreram parada cardiorrespiratória, mas foram reanimadas no local pela equipe de socorro. Todas foram encaminhadas para a Santa Casa de Patrocínio e para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Um homem de 67 anos recebeu alta na quinta-feira (9). Uma criança de 2 anos foi hospitalizada em observação, pois não ingeriu a planta.
A família havia se mudado recentemente para uma chácara na zona rural e confundiu a Nicotiana glauca com couve, devido à semelhança visual. A Secretaria de Saúde informou que fragmentos da planta foram encontrados na arcada dentária da mulher e enviados para análise na Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte.
A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o caso, com a principal linha de investigação sendo o envenenamento acidental.
Como diferenciar a ‘falsa couve’ da verdadeira:
De acordo com a professora Amanda Danuello, especialista em química de produtos naturais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a ‘falsa couve’ possui folhas mais finas, textura aveludada e coloração verde-acinzentada, diferentemente da couve comum, que tem folhas mais grossas e nervuras bem marcadas. “Se você não tem as duas plantas lado a lado, a diferenciação pode ser difícil. A dica é não consumir nada que você não tenha certeza da procedência”, alertou a especialista.
A ingestão da Nicotiana glauca pode causar intoxicação grave e até a morte, devido à presença da anabazina, um alcaloide que pode levar à paralisia muscular e respiratória. O modo de preparo da planta também influencia na gravidade da intoxicação.
Em caso de ingestão da ‘falsa couve’, é fundamental procurar atendimento médico imediato, pois quanto mais rápido o socorro, maiores as chances de evitar complicações graves.
