Ramadã: pandemia traz restrições aos festejos muçulmanos pelo segundo ano consecutivo

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Ramadã: pandemia traz restrições aos festejos muçulmanos pelo segundo ano consecutivo

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O Ramadã acontecerá entre restrições sanitárias e temores de novas contaminações, principalmente durante as tradicionais refeições festivas de quebra diária do jejum após o pôr do sol. Muçulmanos da Malásia no primeiro dia de Ramadã, em 13 de abril de 2021

Milhões de muçulmanos em todo o mundo começam o mês de jejum do Ramadã na terça-feira (13), sob o temor da epidemia de coronavírus que impõe restrições como o limite do número de pessoas nas mesquitas, o uso de máscaras e o distanciamento físico.

Muçulmanos celebram fim do ramadã com distanciamento

O Ramadã, que começa terça ou quarta-feira dependendo do país, acontecerá entre restrições sanitárias e temores de novas contaminações, principalmente durante as tradicionais refeições festivas de quebra diária do jejum após o pôr do sol.

Na Indonésia, o país com a maior população muçulmana do mundo, o governo autorizou este ano as orações noturnas durante o Ramadã, mas a recepção é limitada a 50% de sua capacidade nas mesquitas, com os fiéis tendo que usar máscaras e trazer seu próprio tapete de oração.

Em Jacarta, a recentemente renovada mesquita Istiqlal, a maior do sudeste asiático, deu as boas-vindas aos fiéis pela primeira vez na noite de segunda-feira, após um ano de fechamento devido à Covid-19.

Os líderes religiosos pediram aos fiéis que orassem em casa em áreas onde os casos estão aumentando, e várias regiões, incluindo Jacarta, proibiram os encontros diários após o jejum. O governo proibiu as viagens tradicionais para o Eid al-Fitr, que comemora o fim do Ramadã, programado para cerca de 12 de maio deste ano.

Apesar das restrições, o Ramadã está “mais feliz” este ano, observa Mohamad Fathi, morador de Jacarta. “No ano passado, não sentimos a alegria do Ramadã de forma alguma.”

No Egito, onde as lojas exibem as tradicionais lanternas do Ramadã em cores vivas, os moradores do Cairo estavam ocupados segunda-feira com suas últimas compras na véspera do Ramadã, muitas vezes negligenciando o uso de máscaras ou o distanciamento físico.

 

Restrições mudam tradição

Na Tunísia, o governo teve de mudar o toque de recolher do final de semana para às 22h local e não às 19h, diante do descontentamento geral.

“Normalmente depois do desjejum saímos, caminhamos, vamos à medina de Túnis, na aldeia de Sidi Bou Saïd, tomamos ar, visitamos e recebemos amigos, as crianças correm na rua”, explica Samira Khalifi, uma pintora de 45 anos. “Mas este ano, dificilmente teremos tempo para fazer um pequeno passeio.  será triste, doloroso”.

No Marrocos, as restrições para o período (extensão do toque de recolher, proibição de festas e reuniões) foram recentemente promulgadas.

Na Síria, onde o conflito entrou em seu décimo ano em março, o Ramadã promete ser sombrio em meio a um colapso econômico e com inflação galopante. O governo não anunciou nenhuma nova medida ou toque de recolher.

Na Jordânia, “este Ramadã não é como os outros. Não há reuniões familiares, nenhuma oração na mesquita após o iftar (a refeição diária para quebrar o jejum), nenhuma barraca, nenhuma mesa onde se coloca comida para os pobres como manda a tradição”, diz Rima Qabalan, uma mãe de família em Amã.

Na Turquia, nas garras de uma terceira onda do vírus, os médicos aconselham fortalecer as defesas naturais durante o jejum com vitaminas como a vitamina D. Além disso, “ficaremos em família, não teremos hóspedes em casa. Não vamos receber nem visitar outras pessoas”, disse Fatih Kaymak, um morador de Istambul de 55 anos.

As autoridades sauditas anunciaram no início de abril que apenas as pessoas vacinadas contra a Covid-19 teriam permissão para realizar a umrah, a pequena peregrinação a Meca, desde o início do Ramadã.

Fonte: G1