A restauração florestal na Amazônia enfrenta um grande desafio: o tempo. Esperar meses para saber se sementes germinarão pode comprometer o sucesso de projetos de recuperação de áreas degradadas. Um projeto inovador, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), busca solucionar esse problema com o uso de inteligência artificial (IA).
Coordenado pela engenheira florestal Lydiane Bastos, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o BioSeed.Ai aplica algoritmos para avaliar a viabilidade de sementes florestais nativas em apenas 40 segundos, analisando imagens de scanner e raio-X. O que antes levava até um ano, agora é feito de forma rápida e precisa.
“O BioSeed.Ai é um projeto que nasce da necessidade da gente acelerar o diagnóstico da viabilidade de sementes. Muitas sementes demoram muitos meses para germinar. Então, através das imagens de scan e de raio-x, em até 40 segundos nós conseguimos saber se essa semente está viável ou não. Agilizando assim a comercialização de espécies nativas e também a produção de mudas para a restauração de áreas degradadas da Amazônia”, explica Lydiane.
O projeto já possui um banco de imagens com 98 espécies florestais, com a meta de alcançar 200. A análise combina informações internas e externas das sementes com os resultados de germinação, criando um sistema de rastreabilidade completo. O BioSeed.Ai também é um método não destrutivo, preservando material genético valioso, especialmente de espécies raras.

A equipe planeja transformar o banco de dados em um aplicativo para celular, permitindo a análise em campo, mesmo sem acesso à internet.
Espécies como bacaba, castanha-do-brasil e tucumã levam meses para germinar, e muitas vezes o lote já está deteriorado quando o resultado chega. Com a análise por imagem, as sementes viáveis podem ser disponibilizadas mais rapidamente para a produção de mudas e projetos de restauração, otimizando o processo e reduzindo perdas.
Com informações do Portal Amazônia.











