18 de outubro de 2024

Instituto compra sino após filha de paciente escrever carta pedindo: ‘para quando mamãe sarar do câncer’ em RO


O som virou símbolo. O sino é tocado para comemorar o fim dos longos tratamentos dos pacientes de câncer. No início do tratamento contra o câncer de mama, Daniela Ross e a filha Maria Luiza, de 11 anos, assistiram um vídeo onde uma paciente oncológica de outro estado tocava um sino após concluir a etapa de quimioterapia. Maria se perguntou se a mãe também poderia passar por aquela experiência como símbolo da vitória, porém o Instituto de Câncer da Amazônia (INCAM) não possuía sino.
Então Maria resolveu escrever uma carta para o Papai Noel, pedindo de presente um sino, para que a mãe pudesse tocar. Segunda a mãe, Maria ama desenhar, que é a forma como ela expressa seus sentimentos e desejos.
“Noel. Arrumei a sala o melhor que pude, você pode trazer um sininho para quando a mamãe sarar de tudo do câncer já que no hospital dela não tem sininho. Vou deixar a meia de natal no meu lado para você botar o sininho dentro dela, tá?”
Cartinha enviada ao “papai Noel” pedindo um sino de presente para paciente com câncer em RO
Arquivo pessoal/Daniela Ross
Essa carta foi encontrada pela família, e encaminhada para o INCAM sem pretensão alguma, e o Instituto resolveu atender ao pedido. O sino foi colocado não só para a família da Daniela, mas para todos os pacientes.
Assim, a cada etapa vencida o sino irá soar, anunciando a vida.
Daniela sempre incluiu os filhos nos processos do tratamento, eles sabiam que o cabelo começaria a cair com a quimioterapia e quando isso aconteceu ela contou com o amor e apoio no âmbito familiar que fizeram a total diferença nesta caminhada.
História da Daniela
Há 1 ano, em meio a pandemia de Covid-19, Daniela Ross começou a sentir uma dor na mama do lado esquerdo, ela fez uma ultrassom que a princípio não apresentou alteração. A dor passou junto com o ciclo menstrual, nos meses seguintes a dor se estendeu para axila e braço, sem intervalo, foi quando procurou novamente os médicos.
Ao realizar a mamografia, ela recebeu a notícia que havia microcalcificações nas duas mamas com altas chances de ser malignas, durante a biópsia o médico descobriu mais quatro novos nódulos, em um período curto de tempo. Iniciando assim a quimioterapia com aplicação de 15 em 15 dias, com doses bem densas, já na terceira aplicação não havia mais nódulos palpáveis. Daniela relata que sentiu todas as reações.
“O meu médico diz que eu tenho diploma. De tudo que é reação que tinha que dá eu dei”, lembra.
Em novembro de 2020, ela precisou fazer a mastectomia com a reconstrução imediata, que consiste na retirada da mama e implantação de prótese, porém o corpo não aceitou o procedimento e em janeiro ela fez outra cirurgia, dessa vez para retirar a prótese.
Daniela se define como muito bem resolvida, se sente bem, que em momento algum se sentiu doente, enfrentando um passo de cada vez, e que a forma positiva de levar os desafios influenciou outras mulheres em tratamentos oncológicos.
“Mostrar que é possível passar por tudo isso de forma positiva e ajudar a desmistificar muita coisa sobre a doença e o paciente oncológico”, são hoje suas missões.
VÍDEOS: veja mais notícias de Rondônia