A inteligência artificial (IA), carros autônomos e energia verde definem o cenário tecnológico global. Em um mundo onde a inovação avança rapidamente, algumas cidades se destacam como polos de progresso. O Índice de Inovação Global 2025 (GII), publicado anualmente pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), classifica os principais países e cidades com base em investimento, progresso tecnológico, adoção de inovações e impacto socioeconômico.
Os 100 principais polos inovadores representam mais de 70% do capital de risco e das patentes globais. A reportagem apresenta como a tecnologia influencia a vida diária em cinco desses polos, e como visitantes podem vivenciar essas inovações.
1. Shenzhen-Hong Kong-Guangzhou, China
Pela primeira vez, a China figura no top 10 do GII, impulsionada pelo aumento de patentes, investimento científico e capital de risco. O polo tecnológico de Shenzhen-Hong Kong-Guangzhou lidera o ranking, onde a tecnologia se integra à vida cotidiana. Jamie River, residente em Hong Kong, observa a coexistência do tradicional e do moderno, com vendedores usando QR codes ao lado de preços manuscritos.
O cartão Octopus, lançado em 1997, é um exemplo de inovação contínua, utilizado para pagamentos em transporte público, máquinas de venda automática e parquímetros. River recomenda aos visitantes a Sinfonia das Luzes e o PMQ (antiga delegacia de polícia transformada em espaço criativo), onde se encontram oficinas de impressão 3D e estúdios de caligrafia.
Shenzhen, sede de empresas como Huawei e Tencent, passou de aldeia de pescadores a centro tecnológico, graças a incentivos fiscais e investimentos como o Laboratório Aberto de Inovação. Leon Huang destaca a acessibilidade a ferramentas avançadas e a atmosfera inclusiva em espaços como o OCT Loft e a Sociedade de Design de Shekou. Shows de drones na Baía do Parque de Talentos de Shenzhen também são uma atração.
2. Tóquio-Yokohama, Japão
Em segundo lugar, Tóquio-Yokohama produz o maior percentual de depósitos de patentes internacionais. Dana Yao, que vive entre o Japão e os Estados Unidos, destaca que a tecnologia no Japão é prática e integrada ao cotidiano, como cartões de trem multifuncionais e sensores de IA em lojas de conveniência.
Yao sugere visitar o Henn Na Hotel, com check-in automatizado e robôs, viajar no trem autônomo da linha Yurikamome e experimentar o museu de arte interativo teamLab Planets.
3. San José-São Francisco, Estados Unidos
Conhecido como Vale do Silício, San José-São Francisco lidera em capital de risco e concentração de atividade de inovação. Ritesh Patel, fundador da Ticket Fairy, descreve o ambiente como um novo boom tecnológico, com oportunidades e networking facilitado.
Patel recomenda experimentar tecnologias como o Waymo, carro autônomo disponível na região, antes que se tornem comuns em outros lugares.
4. Pequim, China
Pequim se destaca em pesquisas científicas, contribuindo com 4% dos estudos publicados globalmente. Elle Farrell-Kingsley, futurista de IA, ressalta o equilíbrio entre alta tecnologia e cultura na cidade, com superaplicativos como Alipay e WeChat integrando tradução, pagamentos e delivery.
Farrell-Kingsley sugere experimentar o robotáxi Apollo, da Baidu.
5. Seul, Coreia do Sul
Em quinto lugar, Seul lidera em acordos de capital de risco na Ásia. Chris Oberman, que mora na cidade desde 2024, explica que a inovação é impulsionada pela necessidade, devido à limitação de recursos naturais. A tecnologia está presente em sistemas de pagamento sem dinheiro e casas com acesso digital.
Oberman recomenda caminhar pelo rio Cheongyecheon e visitar lojas de conveniência sem caixas.
Além desses polos, a lista completa dos 10 maiores inclui Xangai-Suzhou (China), Nova York (Estados Unidos), Londres (Reino Unido), Boston-Cambridge (Estados Unidos) e Los Angeles (Estados Unidos). Duas cidades latino-americanas também foram incluídas: São Paulo (49º lugar) e Cidade do México (79º lugar).











