Alimentos e bebidas registraram alta de 7,62%, gasolina subiu 9,71%
A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou 2024 em 4,83%, ultrapassando o teto da meta estipulada pelo governo. Esse índice é o mais alto desde 2022, quando a inflação alcançou 5,79%.
Em dezembro, o IPCA registrou alta de 0,52%, contribuindo para o fechamento acima da meta de 3%, que conta com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Assim, o índice ficou 0,33 pontos percentuais (p.p.) acima do limite superior permitido.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Rio de Janeiro.
O que mais pesou no bolso dos brasileiros?
O grupo alimentos e bebidas foi o principal vilão da inflação em 2024, registrando uma alta de 7,62%. Esse aumento gerou um impacto de 1,63 p.p. no índice total.
Segundo Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa do IBGE, o avanço nos preços dos alimentos foi amplamente influenciado por condições climáticas adversas em diversas regiões do país ao longo do ano.
Outros grupos que tiveram grande influência no aumento da inflação foram:
- Saúde e cuidados pessoais: alta de 6,09% (impacto de 0,81 p.p.);
- Transportes: aumento de 3,3% (impacto de 0,69 p.p.).
Esses três setores, juntos, foram responsáveis por aproximadamente 65% da inflação de 2024.
Gasolina lidera a alta de preços individuais
Entre os 377 produtos e serviços monitorados pelo IBGE, a gasolina foi o item que mais pressionou o índice. O combustível apresentou um aumento de 9,71%, gerando impacto de 0,48 p.p..
Outros itens que contribuíram significativamente foram:
- Planos de saúde: alta de 7,87% (impacto de 0,31 p.p.);
- Refeições fora de casa: aumento de 5,7% (impacto de 0,2 p.p.).
Esses resultados reforçam como fatores essenciais para o dia a dia dos brasileiros continuam pesando no orçamento.
A inflação em perspectiva
Apesar de ultrapassar o limite da meta, o resultado de 2024 ficou próximo ao registrado em 2023, quando o IPCA foi de 4,62%. No entanto, a trajetória ascendente sinaliza desafios econômicos que podem se intensificar, caso os principais fatores inflacionários não sejam controlados.
A meta para 2025 permanece em 3%, com a mesma margem de tolerância. Diante disso, será fundamental monitorar setores estratégicos e adotar políticas eficazes para evitar que os preços continuem pressionando a população.