A IBM anunciou o encerramento de seu laboratório de pesquisa no Brasil, o único da empresa na América Latina. A decisão, comunicada em 18 de novembro, afeta aproximadamente 100 funcionários dos escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O laboratório, criado em 2010, era dedicado ao desenvolvimento de tecnologias em inteligência artificial (IA), computação em nuvem e computação quântica. Pesquisadores receberam avisos prévios informando o encerramento de seus contratos em 18 de dezembro.
Funcionários relataram não terem recebido informações sobre os motivos do fechamento, indicando que a decisão partiu da matriz da empresa nos Estados Unidos. A IBM, em comunicado, afirmou que os trabalhos de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) realizados no Brasil serão transferidos para outras unidades e laboratórios já existentes.
A empresa já havia anunciado, no início de novembro, um plano de demissões que impactaria uma pequena porcentagem de sua força de trabalho global, estimada em cerca de 270 mil funcionários em 2024, segundo a Reuters.
Um dos pesquisadores ouviu pela reportagem destacou que o laboratório apresentava boa performance e contribuição científica relevante. “O laboratório não foi fechado por má performance, muito pelo contrário. Ele estava no mesmo nível dos outros em relação a publicações e a contribuições científicas”, afirmou.
A decisão impacta tanto equipes de pesquisa quanto a área operacional de suporte ao laboratório. O encerramento gerou reações no LinkedIn, com funcionários lamentando a decisão e destacando as contribuições da unidade brasileira, incluindo o projeto “Yẽgatu Digital”, que utilizou IA para apoiar a escrita em nheengatu, língua indígena brasileira.
Fundada em 1911 nos Estados Unidos, a IBM opera em 150 países e possui 11 laboratórios em 19 escritórios na América do Norte, Europa, Ásia e África. A empresa contabiliza cinco prêmios Nobel conquistados por seus funcionários.
No terceiro trimestre de 2025, a IBM registrou um lucro líquido de US$ 1,7 bilhão (aproximadamente R$ 9 bilhões, na cotação de 19 de novembro), revertendo o prejuízo de US$ 330 milhões (R$ 1,7 bilhão) do mesmo período do ano anterior.











