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15 de outubro de 2025

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IA e biotecnologia: temor de terrorismo agrícola

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A convergência entre inteligência artificial (IA) e biotecnologia tem gerado preocupação em relação a novas formas de terrorismo agrícola. O caso recente de pesquisadores chineses sob suspeita de contrabando de um fungo para os Estados Unidos reacendeu o alerta sobre o potencial uso malicioso dessas tecnologias.

O Caso do Fusarium graminearum

Em julho de 2024, Zunyong Liu, um biólogo da Universidade de Zhejiang, na China, foi detido ao chegar ao Aeroporto Metropolitano de Detroit, nos EUA. Em sua bagagem, foram encontradas amostras de Fusarium graminearum, um fungo considerado pelas autoridades americanas como uma potencial arma de terrorismo agrícola, capaz de devastar colheitas e contaminar alimentos.

Inicialmente, Liu alegou estar visitando sua namorada, Yunqing Jian, pesquisadora da Universidade de Michigan. No entanto, após investigação, admitiu ter ocultado as amostras para fins de clonagem e experimentação em laboratório. O FBI descobriu em seu celular literatura sobre “guerra com patógenos vegetais” e conversas com Jian que indicavam planos de contrabando.

Jian também está sob investigação, com suspeitas de vínculos com o governo chinês e pesquisa dos mesmos patógenos em Michigan. O casal é acusado de conspiração, contrabando, falso testemunho e fraudes consulares. Liu foi deportado para a China, enquanto Jian aguarda audiência para possível pagamento de fiança.

Preocupações com a segurança nacional

O caso reacendeu alertas sobre a possibilidade de ataques à agricultura americana por meio da introdução ou modificação de agentes patogênicos. Em 2020, diversos estados americanos já haviam alertado sobre o recebimento de pacotes com sementes desconhecidas vindas da China, levantando suspeitas de espécies invasoras.

Especialistas alertam que o desenvolvimento de variantes geneticamente modificadas de fungos, como o Fusarium graminearum, poderia criar ameaças para as quais não existem tratamentos eficazes. A preocupação se estende à utilização da IA e da biologia sintética para otimizar organismos nocivos.

Dupla utilização e lacunas na segurança

A chamada “dupla utilização” de tecnologias – aquelas que podem ter aplicações benéficas e maliciosas – representa um desafio significativo. A engenharia de proteínas, por exemplo, pode levar ao desenvolvimento de vacinas e terapias, mas também à criação de armas biológicas.

Estudos recentes indicam que modelos de IA podem gerar variantes proteicas perigosas que escapam aos sistemas de controle convencionais. A falta de regulamentação internacional e a dificuldade de monitorar pesquisas sensíveis em laboratórios privados agravam a situação.

Acordos como a Convenção para a Proibição de Armas Biológicas e Toxínicas (CPAB) carecem de mecanismos eficazes de controle e verificação. Iniciativas regionais, como a Lei de IA da União Europeia, têm alcance limitado.

A comunidade científica e as empresas buscam códigos de ética e compromissos voluntários, mas sua eficácia é questionável diante do rápido avanço tecnológico. A colaboração entre especialistas em ética, teólogos e outras áreas é crucial para avaliar os riscos e promover a responsabilidade na pesquisa.