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22 de dezembro de 2025

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IA e a ‘conversa com os mortos’: o que são os ‘deathbots’

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A inteligência artificial (IA) tem sido cada vez mais utilizada para preservar as vozes e as histórias de pessoas que já faleceram. Desde chatbots baseados em texto que imitam entes queridos até avatares de voz que permitem uma interação simulada com os falecidos, uma crescente indústria digital busca tornar a memória interativa e, em alguns casos, aparentemente eterna.

Uma pesquisa recente, publicada na revista científica Memory, Mind & Media, explorou o que acontece quando a lembrança dos mortos é confiada a algoritmos. Os pesquisadores até mesmo testaram versões digitais de si mesmos para compreender melhor o fenômeno.

Como funcionam os “deathbots”

Os “deathbots” são sistemas de IA projetados para simular as vozes, os padrões de fala e as personalidades de pessoas falecidas. Eles se baseiam em dados digitais – gravações de voz, mensagens de texto, e-mails e postagens em redes sociais – para criar avatares interativos que dão a impressão de “falar” do além-túmulo.

Alguns sistemas se concentram em preservar a memória, auxiliando os usuários a gravar e organizar histórias pessoais por tema, com a IA indexando o conteúdo para facilitar a pesquisa. Outros utilizam IA generativa para criar conversas contínuas, permitindo que o usuário carregue dados sobre uma pessoa falecida e o sistema gere um chatbot que responde no estilo e tom dela. Esse tipo de IA utiliza aprendizado de máquina para aprimorar as simulações ao longo do tempo.

Apesar de algumas plataformas se apresentarem de forma lúdica, a experiência pode ser surpreendentemente íntima. No entanto, os pesquisadores descobriram que quanto mais personalização era aplicada, mais artificial a interação parecia.

Em testes, ao fornecerem mais informações sobre si mesmas, os pesquisadores perceberam que os bots repetiam frases pré-programadas de forma rígida. Em alguns casos, o tom era inadequado, como o uso de emojis alegres ao discutir a morte, demonstrando a dificuldade dos algoritmos em lidar com a complexidade emocional da perda.

Memória como produto

A pesquisa revelou que, por trás dessas tecnologias, existe um modelo de negócios. Não se trata de iniciativas filantrópicas, mas de startups que oferecem assinaturas, planos “freemium” e parcerias com seguradoras e prestadores de serviços de saúde. A memória está sendo transformada em um produto, e dados emocionais e biométricos são coletados para manter o engajamento dos usuários.

Os pesquisadores argumentam que a indústria digital do “além-vida” opera em uma “economia política da morte”, onde os dados continuam a gerar valor mesmo após o fim da vida de uma pessoa. A IA pode auxiliar na preservação de histórias e vozes, mas não consegue replicar a complexidade de uma pessoa ou de um relacionamento.

O estudo sugere que, embora seja possível conversar com os mortos usando IA, o que se ouve em resposta revela mais sobre as tecnologias e plataformas que lucram com a memória – e sobre nós mesmos – do que sobre os entes queridos que se foram.

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