Na pandemia da Covid-19 o consumo de oxigênio excedeu em todo o país. Para se ter uma ideia, no Amazonas o consumo médio dos hospitais está sendo de 70 mil metros cúbicos por dia, número muito maior recebido pela fornecedora antes do vírus quando era apenas 28 mil metros cúbicos.
Com aumento de internações de Covid-19 vários pacientes morreram asfixiados por falta de oxigênio em Manaus. Para ajudar no abastecimento de oxigênio, o Ministério da Saúde enviou sete usinas geradoras de oxigênio hospitalar para ajudar a empresa que tem contrato vigente de fornecimento de oxigênio no Amazonas (AM). A instituição é a mesma contratada para o abastecimento de oxigênio nos hospitais de Rondônia.
De acordo com a Secretaria de Saúde do estado (Sesau), além da empresa fornecedora de oxigênio, Rondônia possui somente uma usina de oxigênio, a do hospital de campanha, para atender a demanda da região.
Consumo no HB
Segundo a Diretora do Hospital de Base, Raquel Gil Costa, o consumo de oxigênio do estado vem de um tanque com capacidade de 40 mil metros cúbicos de oxigênio adquiridos da empresa fornecedora. “Antes da pandemia, o HB utilizava cerca de 3.100 metros cúbicos diariamente. Agora, em dezembro de 2020, estávamos fazendo o uso de 3.950 metros cúbicos a 4 mil metros cúbicos. Esse uso de oxigênio é compartilhado do Hospital de Base e do Hospital Cosme e Damião”, disse a Diretora.
No Hospital do Amor
No último dia (21), o Diretor do Hospital de Amor da Amazônia, Jean Negreiros divulgou que os municípios que necessitarem abastecer os cilindros de oxigênio das unidades de saúde, poderão contar com o apoio do Hospital. Isso porque a Fundação de Pio XII, vai disponibilizar o excedente da produção de suas duas usinas de oxigênio Modelo DOCS 500, com capacidade de 60 metros cúbicos por hora, para auxiliar as cidades da região.
Em 2018, foi realizado o investimento de cerca de R$ 860 mil no sistema completo de oxigênio, ar comprimido e vácuo no Hospital de Amor. Segundo o Diretor da unidade, com a chegada da pandemia o Hospital fez o investimento de R$ 600 mil em outra usina de oxigênio que duplicou a capacidade.
No entanto, de acordo com o Diretor do Hospital de Amor, para manter as duas usinas de oxigênio funcionando é preciso custear a energia e a manutenção das máquinas no valor de apenas R$ 14 mil por ano. “Com essas usinas o Hospital de Amor não corre nenhum risco de colapsar e de interromper o atendimento nas UTis”, contou o Diretor.
O custo é considerado vantajoso na produção própria se comparando à compra do produto.
No Estado
A reportagem do Diário da Amazônia consultou o Portal da Transparência de Rondônia e encontrou valores do fornecimento de oxigênio pela empresa White Martins no Hospital de Base e Cosme e Damião no ano de 2020. No mês de dezembro de 2020 a empresa White Martins recebeu R$ 1.650.124 (um milhão seiscentos e cinquenta mil cento e vinte e quatro reais) pelo oxigênio fornecido dos dois hospitais.
Durante o ano de 2020 a empresa recebeu R$ 8.087.646 pelo fornecimento de oxigênio aos Hospitais de Base e Cosme e Damião. Esse custo é o equivalente à implantação de 12 usinas de oxigênio semelhantes às instaladas no Hospital do Amor., o que geraria maior economicidade, considerando a relação de custo-benefício.
Sem risco
Em janeiro, o secretário de Estado da Saúde de Rondônia, Fernando Máximo, disse que o estado não apresenta índices de uma possível crise de oxigênio, como está ocorrendo em outras regiões do país. O abastecimento é feito de forma semanal pela empresa fornecedora. Com a instalação de um tanque de oxigênio no Hospital de Campanha, a unidade amplia o atendimento com a oferta de mais 11 leitos na UTI. Fonte: SGC