O Ministério de Minas e Energia (MME) confirmou que não há previsão para a reintrodução do Horário de Verão em 2025, apesar de discussões recentes sobre o tema. A prática, suspensa desde 2019, permanece em avaliação, mas o governo federal não a considera essencial no cenário energético atual.
Histórico e justificativa da suspensão
Originalmente implementado com o objetivo de otimizar o uso da luz natural e, consequentemente, reduzir o consumo de energia elétrica, o Horário de Verão adiantava os relógios em uma hora durante o período estacional. No entanto, mudanças nos hábitos de consumo da população alteraram a dinâmica do setor.
Com o aumento significativo do uso de aparelhos de refrigeração, como ar-condicionado, o pico de demanda por energia passou a ocorrer durante as tardes mais quentes, período em que o adiantamento dos relógios não promove a economia esperada. O MME argumenta que a medida perdeu sua eficácia, pois não se alinha mais com os padrões de consumo atuais.
“Como nos últimos anos houve mudanças no hábito de consumo de energia da população, deslocando o maior consumo diário de energia para o período da tarde, o Horário de Verão deixou de produzir os resultados para os quais essa política pública foi formulada, perdendo sua razão de ser aplicado sob o ponto de vista do setor elétrico”, destacou o ministério em nota oficial.
Estudos e alternativas
Estudos realizados pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) corroboraram a avaliação do MME, indicando que os benefícios econômicos do Horário de Verão não justificam sua retomada. As análises demonstraram que a medida não mais proporciona a redução no consumo de energia elétrica que a motivou inicialmente.
O ministro Alexandre Silveira declarou que o Horário de Verão só seria reavaliado em situações de emergência, como a iminência de escassez energética devido a períodos de seca severa. Atualmente, a avaliação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indica que o sistema está preparado para atender à demanda até fevereiro de 2026, com condições favoráveis nos reservatórios.
Em vez de reintroduzir o Horário de Verão, o governo aposta em outras estratégias para garantir a estabilidade da rede elétrica, incluindo o aumento da produção em usinas hidrelétricas estratégicas, como Itaipu e as do rio São Francisco, e a otimização da vazão em outras usinas, quando possível, para preservar os níveis dos reservatórios.