Ali e Maduro abriram portas para conversas, mas ainda há divergências
Os presidentes da Guiana e da Venezuela sinalizaram, neste sábado (9), que estão abertos a conversas para resolver a disputa pela região de Essequibo.
Irfaan Ali
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, afirmou que “não se opõe a conversas ou reuniões sobre a tensão” na região. O texto foi postado na plataforma X (antigo Twitter), mesma rede utilizada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que admitiu possibilidade de diálogo com as autoridades do país vizinho.
“Estamos comprometidos com a paz na região”, escreveu Ali. “A #CIJ (Corte Internacional de Justiça) determinará, finalmente, a polêmica na fronteira Guiana/Venezuela. Somos intransigentes nesse aspecto e no respeito pelo direito internacional. Deixamos claro que não temos oposição a conversas e reuniões como pessoas responsáveis e como país”.
Maduro
Mais cedo, Maduro havia escrito que deseja “paz e compreensão” para a região. No entanto, mais de uma hora depois, elevou o tom. “Não contaram com a nossa astúcia, o povo saiu em defesa da Guiana Essequiba. Não poderão ignorar a vontade soberana da Venezuela”, disse Maduro.
We are committed to peace in this region. The #ICJ will determine, finally, the controversy in the Guyana/Venezuela borders. We are uncompromising on this and the respect for International law. We have made it clear we are unopposed to conversations and meetings as responsible…
— President Dr Irfaan Ali (@presidentaligy) December 9, 2023
A disputa pelo Essequibo é uma das mais antigas da América do Sul. A Venezuela reivindica a soberania sobre dois terços do território da Guiana, que considera como seu. A Guiana, por sua vez, considera o Essequibo como parte de seu território soberano.
A disputa ganhou força após a descoberta de reservas de petróleo na região, em 2015. Desde então, os dois países têm aumentado a presença militar na fronteira.