O Governo Federal está ampliando os investimentos na modernização das hidrovias da Região Norte, com o objetivo de melhorar o acesso e a qualidade de vida das comunidades ribeirinhas. A iniciativa, que envolve diversos ministérios, busca fortalecer a infraestrutura fluvial, que muitas vezes é a única ligação entre essas populações e o restante do país.
Ministérios como Portos e Aeroportos (MPor), Desenvolvimento Social (MDS), Turismo (MTur) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) estão trabalhando em conjunto para tornar as hidrovias mais eficientes, seguras e econômicas. O transporte por rios tem um impacto ambiental menor e pode reduzir os custos logísticos em até 40%, o que é crucial para a região.
De acordo com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, investir em hidrovias significa fortalecer a presença do Estado e garantir a cidadania. “Quando o governo investe em monitoramento, dragagem, sinalização e concessões, promove melhorias operacionais e assegura direitos”, afirmou.
O secretário Nacional de Hidrovias e Navegação, Otto Burlier, ressaltou a importância de manter a navegação contínua para garantir o abastecimento de alimentos, remédios e o acesso a serviços públicos para as comunidades que dependem dos rios.
Assistência Social nas Águas
O Ministério do Desenvolvimento Social está utilizando embarcações para levar alimentos, tecnologias de acesso à água potável, atendimento social e ajuda em situações de emergência para as áreas mais isoladas. Isso inclui a realização do Cadastro Único (CadÚnico) e a implementação de programas como o Sistema Único de Assistência Social (MobSUAS).
Nos últimos três anos, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) recebeu R$452 milhões em investimentos, resultando na compra de 73 mil toneladas de alimentos. Ainda, o programa de entrega de cestas básicas da região Norte já distribuiu mais de 800 mil cestas, e cerca de 8,7 mil tecnologias para acesso à água foram instaladas. A meta é chegar a 16,8 mil unidades até 2026.
A secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Lilian Rahal, explicou que o PAA foi adaptado para atender melhor as comunidades ribeirinhas, indígenas, quilombolas e outros grupos tradicionais, facilitando o acesso aos benefícios do programa.
Além disso, o Programa Cisternas continua trabalhando em parceria com organizações da sociedade civil para garantir o acesso à água potável para as populações ribeirinhas.
Turismo Fluvial em Ascensão
O turismo fluvial se apresenta como uma alternativa econômica importante para a região amazônica. Estudos do Ministério do Turismo e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mostram que essa atividade pode aumentar a renda local e valorizar a cultura ribeirinha. Cruzeiros que percorrem cidades como Manaus, Santarém, Parintins e Barcelos demonstram o potencial turístico da região.
O setor está se desenvolvendo com melhorias na infraestrutura, qualificação profissional e a inclusão de comunidades locais, como barqueiros e artesãos.
