O governo brasileiro busca apoio internacional para garantir o financiamento de US$ 1,3 trilhão até 2035 para ações de combate às mudanças climáticas em países em desenvolvimento. A iniciativa será apresentada na COP30, conferência da ONU sobre o clima que será sediada em Belém, em novembro.
Apoio Internacional e Reformas Propostas
A secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito, está em Washington, participando de reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, com o objetivo de obter o apoio de dezenas de países e de grandes empresários para o documento que detalha as medidas. Entre os países que devem assinar o documento estão Azerbaijão, Barbados, Canadá, Chile, Colômbia, China, Dinamarca, Egito, Etiópia, França, Alemanha, Gana, Índia, Indonésia, Itália, Holanda, Coreia do Sul, Arábia Saudita, África do Sul, Espanha, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido.
Os Estados Unidos, sob a liderança do presidente Donald Trump, não participam das discussões.
Reformas nos Fundos Multilaterais
O documento propõe ajustes no sistema global de financiamento climático, com foco na reforma de fundos multilaterais, como o Green Climate Fund e o Climate Investment Funds (CIF). A proposta visa agilizar a liberação de recursos e direcioná-los prioritariamente para países em desenvolvimento. Além disso, sugere a modernização de bancos multilaterais, tornando-os maiores e mais eficientes.
O roteiro de reformas inclui recomendações para o Banco Mundial e o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco dos Brics, incentivando-os a assumir maiores riscos, atrair capital privado e agilizar suas operações. A maior parte das propostas resgata acordos já aprovados na reunião do G20 liderada pelo Brasil.
A adesão ao documento não implica compromissos ou obrigações para os países signatários, mas demonstra apoio político à iniciativa, que será formalmente apresentada na COP30.
Próximos Passos
Após a reunião em Washington, o texto será apresentado a empresários em um encontro em São Paulo, nos dias 3 e 4 de novembro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participará do evento, que contará com a presença de CEOs de grandes empresas multinacionais.