O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, defendeu nesta quarta-feira (12) a independência técnica da instituição e a importância de embasar suas decisões em dados concretos. A declaração foi dada em resposta a questionamentos sobre pressões de sindicatos e a análise do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que já seria oportuno iniciar a redução da taxa Selic.
Atualmente, a Selic está fixada em 15% ao ano, o maior patamar em quase 20 anos. Galípolo ressaltou que a inflação superou as metas estabelecidas em 2024 e permanece em níveis elevados, com projeções que indicam a continuidade dessa tendência nos próximos anos.
Política monetária e pressões externas
“Entendo que é legítimo que todos os setores da sociedade se manifestem sobre a política monetária”, afirmou Galípolo. “Todo mundo pode ‘brigar’ com o BC, mas o BC não pode ‘brigar’ com os dados. De todas as instituições públicas, o Banco Central talvez seja a que possui objetivos mais claros: o cumprimento da meta de inflação.”
O presidente do BC reiterou o compromisso da instituição com a estabilidade de preços, fundamental para o desenvolvimento econômico sustentável do país. A manutenção de juros elevados, embora impacte o crédito e o investimento, é vista como necessária para conter a inflação e preservar o poder de compra da população.
A declaração de Galípolo ocorre em um momento de debate sobre a trajetória da taxa Selic. Enquanto o ministro Haddad defende um início de ciclo de cortes, o BC sinaliza a necessidade de prudência e de acompanhamento contínuo dos indicadores econômicos antes de tomar qualquer decisão.










