O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estimou nesta sexta-feira (19) que as fraudes na importação de combustíveis no Brasil podem somar bilhões de reais. A declaração veio à tona após a deflagração da Operação Cadeia de Carbono pela Receita Federal, que apreendeu mercadorias suspeitas avaliadas em R$ 240 milhões.
Segundo Haddad, o esquema de corrupção é recorrente e, ao considerar o volume total de mercadorias envolvidas ao longo do tempo, o montante fraudado pode ser significativamente maior. “O que está mapeado, nesse momento, envolve R$ 240 milhões em combustível. Mas, como é uma prática rotineira desse esquema, nós realmente estamos falando de bilhões de reais”, afirmou o ministro.
A Operação Cadeia de Carbono investiga fraudes na importação e comercialização de combustíveis, petróleo e seus derivados em cinco estados: Alagoas, Amapá, Paraíba, Rio de Janeiro e São Paulo. A Receita Federal identificou empresas com estrutura e capacidade financeira questionáveis figurando como responsáveis por cargas de alto valor, levantando suspeitas de uso de laranjas para ocultar os verdadeiros donos das mercadorias e o fluxo financeiro.
A ação fiscalizou 11 alvos, incluindo depósitos e terminais de armazenamento em São Paulo, além de apreender duas embarcações no Rio de Janeiro carregadas com petróleo, combustíveis e óleo condensado. As práticas investigadas podem configurar crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal, sujeitando as mercadorias à retenção ou perda.
A Receita Federal também apura o envolvimento de grandes grupos empresariais que utilizariam contratos complexos para mascarar os responsáveis pelas operações. O órgão anunciou a preparação de uma nova norma para fortalecer o controle sobre a importação de combustíveis, medida já discutida com o setor.
O impacto desta fraude no mercado de combustíveis brasileiro é significativo, podendo influenciar os preços e a concorrência. A Receita Federal intensificou os esforços para combater a sonegação e a lavagem de dinheiro no setor, buscando garantir a integridade do mercado e a arrecadação de impostos.