A interdição da ponte sobre o riozinho em Cacoal, interrompendo o tráfego na BR-364 – única rodovia federal que corta o estado de ponta a ponta – deve acender uma luz de alerta na classe política de Rondônia. Precisamos unir forças da classe política local, da bancada federal e do setor produtivo para solicitar em audiência com o novo presidente do Brasil, melhorias que a BR-364 necessita.
O posicionamento é da Federação das Indústrias de Rondônia (Fiero), alertando que a BR-364 já teve seu tempo de vida útil vencido e que não é só a ponte sobre o Riozinho que apresenta problemas. “A rodovia tem problemas estruturais em toda sua extensão, mas o trecho em Rondônia que vai de Cacoal até Jaru é o que registra maiores índices de acidentes, tirando vidas e conferindo prejuízos econômicos”, disse o vice-presidente da Fiero, Osvaldo Rosalino, empresário do ramo cerâmico há mais de trinta anos instalado em Cacoal.
Engenheiro de formação e com larga experiência em abertura, conservação e pavimentação de rodovias, o diretor-financeiro da Fiero e presidente do Sindicato da Construção Pesada de Rondônia (Sinicon), Alan Gurgel do Amaral, adverte que a ligação terrestre de Rondônia com o restante do país pode entrar em colapso a qualquer momento. Segundo Alan, as únicas opções de desvio da BR-364 na região de Cacoal não têm nenhuma condição de suportar por longo tempo o tráfego desviado da 364. A Rodovia do Café ainda não é totalmente pavimentada e a RO-383, mesmo pavimentada, está em condições precárias.
Nenhuma dessas duas alternativas, segundo Alan Gurgel, suportam o volume de tráfego de caminhões que se dirigem ao porto de Porto Velho e ao Acre. Desta forma, segundo o diretor-financeiro da Fiero, a ligação terrestre de Rondônia com o restante do país pode ser interrompida ainda neste final de semana.
A Federação das Indústrias do Estado de Rondônia acompanha com preocupação a evolução das obras de infraestrutura em Rondônia, indispensável ao desenvolvimento regional. O presidente da Fiero, Marcelo Thomé, cita algumas obras – paralisadas ou ainda não iniciadas – fundamentais ao avanço da economia da região e que necessita de apoio político para serem executadas no tempo certo.
Marcelo Thomé cita como as mais urgentes a duplicação da BR-364 e sua consequente privatização; a ponte sobre o rio Madeira em Abunã; e a BR-319 (Porto Velho-Manaus). Mas, para o presidente da Fiero, há outras estruturantes também importantes para a região, como a conclusão das pontes na BR-425; a ponte ligando Gujará-Mirim a Guayará-Merin (Bolívia); e as hidrelétricas de Tabajara, em Machadinho do Oeste; e a de Ribeirão, em Nova Mamoré.
Como representante do setor produtivo, Marcelo Thomé acredita que é possível – a partir do alinhamento do governador Marcos Rocha com presidente Jair Bolsonaro e mais a compreensão de alguns ministros sobre a Amazônia – encaminhar a defesa desses projetos com o apoio de todos os setores da sociedade rondoniense. “Nesse sentido, a Fiero está aberta para encamparmos esse diálogo”, predispõe-se Marcelo Thomé.