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23 de dezembro de 2025

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Feijões amazônicos: estudo revela riqueza nutricional

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Um estudo inédito realizado no Vale do Juruá, no Acre, revelou o alto valor nutricional de feijões cultivados na região. As variedades caupi Costela de Vaca e Manteiguinha Branco apresentaram até 27% de proteína, superando a média de 20% encontrada em outras regiões e a média mundial.

A pesquisa, parte da tese de doutorado da professora Guiomar Almeida Sousa (Ifac), com orientação do pesquisador Amauri Siviero (Embrapa Acre), analisou 14 variedades de feijões ao longo de três anos. As análises foram realizadas no laboratório de Bromatologia da Embrapa Acre.

Os feijões com maior índice proteico são cultivados por agricultores familiares que utilizam métodos tradicionais, principalmente nas praias dos rios durante o período seco. Além da proteína, o estudo identificou alta concentração de antocianinas, substâncias antioxidantes que combatem o envelhecimento celular e previnem doenças como câncer e problemas cardíacos, nos feijões Preto de Arranque e Preto de Praia.

A composição nutricional dos feijões varia de acordo com a espécie, variedade e local de cultivo. A pesquisa destaca a necessidade de mais estudos sobre as variedades do Juruá, que possuem características únicas em cores, tamanhos e formatos.

O conhecimento sobre a composição nutricional pode valorizar esses feijões no mercado, gerando mais renda para os produtores locais. A conservação dos grãos também é um ponto forte, mantendo seus valores nutricionais por até 12 meses em diferentes embalagens.

Mapa da diversidade de feijões

O estudo mapeou 14 variedades de feijões cultivados nos rios Juruá, Breu, Tejo e Amônia, em Marechal Thaumaturgo, município com a maior diversidade de feijões do Acre. O levantamento confirmou a forte ligação entre a agricultura local e a biodiversidade regional.

Em Marechal Thaumaturgo, foram encontradas 23 variedades de feijões, com o cultivo do feijão-comum em terra firme e o feijão-caupi em áreas de várzea. A região, de difícil acesso (apenas por rio ou ar), depende da produção local para a segurança alimentar.

Segundo Eduardo Pacca, professor da Ufac, o Vale do Juruá é um importante centro de conservação de feijões caupi e comum do mundo. A valorização desses grãos pode abrir portas para mercados mais justos e a obtenção de selos de qualidade, como orgânicos ou de Indicação Geográfica.

Valorização do grão e futuro na COP 30

O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) lançou o Selo Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil, que pode ser uma oportunidade para reconhecer e valorizar os feijões crioulos da região.

O projeto “Registro dos Sistemas Agrícolas Tradicionais do Alto Juruá (RSAT Alto Juruá)”, envolvendo Embrapa, Ufac e Ifac, mapeia os sistemas agrícolas tradicionais da região, destacando a importância da diversidade de cultivos e das práticas sustentáveis adotadas pelos agricultores locais. A iniciativa será apresentada na AgriZone da COP 30, reforçando a necessidade de valorizar e proteger esses sistemas.

A pesquisa ressalta a importância de cuidar da natureza e reconhecer o conhecimento ancestral dos agricultores do Juruá, que produzem alimentos de alta qualidade e contribuem para a conservação da biodiversidade.

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