O Ministério da Fazenda sinalizou que não pretende realizar aportes diretos do Tesouro Nacional para auxiliar financeiramente os Correios, conforme declarou o secretário-executivo do órgão, Dario Durigan, nesta terça-feira (17). A estatal enfrenta um cenário de dificuldades financeiras, com um prejuízo acumulado de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, um aumento significativo em relação ao mesmo período de 2024.
Situação Financeira dos Correios
O prejuízo registrado no primeiro semestre representa um aumento de três vezes em comparação com os R$ 1,4 bilhão apurados no primeiro semestre de 2024. No segundo trimestre de 2025, as perdas atingiram R$ 2,6 bilhões, um valor quase cinco vezes superior aos R$ 553,1 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. O resultado negativo já era evidente no primeiro trimestre, com um rombo de R$ 1,7 bilhão, o pior início de ano desde 2017.
As despesas administrativas dos Correios também apresentaram um aumento considerável, atingindo R$ 3,4 bilhões entre janeiro e junho, um incremento de 74% em relação ao mesmo período de 2024. Esse aumento é atribuído, em parte, ao reajuste salarial concedido a mais de 55 mil funcionários e ao crescimento das dívidas judiciais.
Ações do Governo
Apesar de descartar o aporte direto do Tesouro, o governo federal busca alternativas para reverter a situação dos Correios. Durigan destacou que o Ministério da Fazenda está disposto a ajudar, desde que a empresa pública seja financeiramente saudável, e que duas frentes de ação estão sendo trabalhadas.
A primeira delas foi a recente troca no comando da estatal, com a aprovação do Conselho de Administração para a nomeação do economista Emmanoel Schmidt Rondon como novo presidente. A posse está prevista para ocorrer ainda nesta semana. Em paralelo, está sendo elaborado um plano emergencial, com início previsto para 2025, e uma estratégia de médio e longo prazo para a empresa.
Segundo Durigan, representantes do setor bancário cobraram do governo prioridade no enfrentamento da crise durante uma reunião recente, expressando preocupação com a possibilidade de a estatal ficar “à deriva”. O governo, por sua vez, demonstra interesse em fornecer suporte aos Correios.
Impacto Regional
A situação dos Correios pode impactar o comércio e a logística em estados como Rondônia, que dependem da empresa para a entrega de produtos e documentos, especialmente em áreas mais remotas. A instabilidade financeira da estatal pode gerar atrasos e dificuldades para empresas e consumidores locais.