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22 de outubro de 2025

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Exposição inédita do peixe-serra reabre Aquário do Museu Goeldi

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O Aquário Jacques Huber, no Museu Goeldi em Belém, Pará, foi reaberto com uma exposição dedicada ao peixe-serra, uma espécie ameaçada de extinção e de grande importância para a cultura amazônica. A mostra, que busca conscientizar sobre a conservação da espécie, apresenta uma abordagem incomum: em vez de manter um animal em cativeiro, optou-se por uma representação artística e educativa.

A curadoria da exposição é compartilhada entre pesquisadores do Museu Goeldi e do Parque Zoobotânico, incluindo Patricia Charvet, Maria Ivaneide Assunção, Horácio Higuchi e Suzana Primo Karipuna. A decisão de não expor um peixe-serra vivo se deve ao tamanho considerável que esses animais podem atingir (até sete metros) e à ética de não remover um animal da natureza para mantê-lo em cativeiro.

A exposição apresenta obras do artista brasileiro Alexandre Huber, conhecido por seu trabalho com educação ambiental, além de quatro réplicas do peixe-serra. Uma das réplicas representa um filhote, enquanto as outras são feitas de materiais recicláveis pelo artista Jackson Alves, de Fortaleza (CE). Há também uma obra imagética de Yermollay Caripune.

Um dos pontos altos da exposição é a valorização do conhecimento tradicional do povo Karipuna sobre o peixe-serra. A curadora Suzana Primo Karipuna, servidora do Museu Goeldi e especialista em etnografia, contribuiu com informações sobre a importância cultural da espécie para o grupo indígena, onde o peixe-serra é visto como um símbolo de proteção, boa sorte e cuidado.

A exposição também aborda a confusão existente no Brasil em relação aos nomes regionais, como “espadarte”, que em algumas regiões se refere a outras espécies, como o agulhão.

Segundo a bióloga Patricia Charvet, o peixe-serra é, na verdade, uma raia com um focinho alongado e dentes nesse prolongamento do crânio. A espécie está criticamente ameaçada de extinção devido à pesca, perda de habitats e tráfico de partes do animal. Todas as espécies de peixe-serra são protegidas por leis nacionais e internacionais, incluindo a União Internacional para a Conservação da Natureza (ICN).

Na costa amazônica, existem duas espécies de peixe-serra: a de dentes grandes e a de dentes pequenos. A primeira é encontrada também na Austrália, representando uma das últimas populações remanescentes dessa espécie no mundo. A conservação dos manguezais e bancos de areia é fundamental para a sobrevivência desses animais.

A exposição resgata a história do Ahetxiê, uma figura mitológica do povo Karipuna. Segundo a lenda, o peixe-serra guiou os Karipuna em sua fuga durante a Cabanagem, indicando o caminho até o Rio Oiapoque. Para os Karipuna, o peixe-serra é um guia espiritual e um símbolo de sua história e identidade.

O Aquário Jacques Huber, fundado em 1911 pelo botânico Jacques Huber, integra o complexo de pesquisa do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi. Além dos peixes-serra representados na exposição, o aquário abriga cerca de 50 peixes de diversas espécies amazônicas, como tambaqui, tucunaré e piramboia, e também um serpentário com cobras como sucuri, jiboia e periquitamboia.