A exportação de soja do Brasil deverá atingir 102,2 milhões de toneladas de janeiro a outubro, superando o recorde anual anterior de 101,3 milhões de toneladas registrado em 2023, conforme dados divulgados nesta quarta-feira pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
O aumento expressivo nas compras da China, que interrompeu a aquisição da oleaginosa dos Estados Unidos a partir de maio, é o principal fator por trás desse desempenho. Em abril, Pequim impôs uma tarifa de 20% sobre a soja americana em resposta a medidas comerciais adotadas durante o governo de Donald Trump. Os Estados Unidos são concorrentes diretos do Brasil no mercado global de soja.
A safra recorde de soja no Brasil, estimada em mais de 170 milhões de toneladas em 2024, também contribuiu para o aumento das exportações. Em setembro, a China importou 6,5 milhões de toneladas de soja brasileira, o que representa 93% do total exportado pelo país no período, mantendo uma participação historicamente elevada.
Comércio China-Brasil
A Anec aponta que, em média, de 2025 a China já adquiriu 79,9% das exportações totais de soja do Brasil, um aumento em relação à média de 74% observada entre 2021 e 2024. Em 2024, essa fatia foi de 76%. Apesar do crescimento, o volume ainda está ligeiramente abaixo dos 80,55% registrados em 2018, durante a primeira guerra comercial do governo Trump.
Recentemente, a China liberou 183 empresas brasileiras para exportar café, após a imposição de tarifas aos Estados Unidos. A projeção para o ano de 2024 é de 110 milhões de toneladas de soja exportadas, com estimativas de 7,12 milhões de toneladas para outubro, um aumento de 2,7 milhões de toneladas em relação ao mesmo período do ano anterior. Adicionalmente, espera-se a exportação de mais 8 milhões de toneladas entre novembro e dezembro.
No mercado de milho, as exportações brasileiras alcançaram 6,0 milhões de toneladas em outubro, superando em 380 mil toneladas o volume registrado no ano anterior. Até outubro, as exportações de milho somaram 30 milhões de toneladas, consolidando o Brasil como o segundo maior exportador global do cereal, atrás dos Estados Unidos. As exportações de farelo de soja foram estimadas em 1,92 milhão de toneladas, abaixo das 2,46 milhões de toneladas de outubro de 2023. No entanto, o volume total exportado até o final deste mês deverá ultrapassar 19 milhões de toneladas.











