Por Victoria Ângelo Bacon
A euforia tomou conta do tucanato rondoniense, assim como tomou nas eleições de 2002, 2010 e 2014 e vou explicar nessas linhas o porquê.
O candidato ao governo de Rondônia pelo PSDB, Expedito Júnior é uma espécie de Cavalo Paraguaio daqueles que corre, mas não leva. Em 2002 ele foi candidato ao Senado na chapa de Ivo Cassol e era certa sua vitória nas pesquisas encomendadas pelo Ibope. Expedito aparecia nas pesquisas com 21,5% das pretensões junto com o ex-governador Valdir Raupp, com 19,3%. Não deu. Mesmo com o apoio do tucanato e do vencedor Ivo Cassol ao governo, Expedito amargou a terceira colocação atrás de Raupp e de Fátima Cleide, que se elegeu na onda Lula lá em 2002.
Em 2006 foi eleito, porém num esquema de crime eleitoral de compra de votos e abuso de poder econômico comprovados por dois anos de investigação dos Ministérios Público Eleitoral e Federal. O TSE cassou por unanimidade o seu mandato em 19 de agosto de 2009, aceitando a acusação de compra de votos a R$ 100 de funcionários da empresa Rocha Segurança e Vigilância, que tinha contrato com o Estado de Rondônia e atendia a centenas de órgãos públicos gerando milhares de votos (Aije n. 3329). O crime eleitoral praticado por Expedito Júnior foi tão grave que afrontou o artigo 41 da Lei n. 9504/97 e do artigo 22 da Lei Complementar n. 64/90 um dos crimes mais graves na esfera eleitoral, pois faz lembrar o voto de cabresto dos coronéis da República Café com Leite dos anos 20. Então resumindo; ganhou, mas não levou, graças a coragem e ousadia do Ministério Público e das testemunhas envolvidas, algumas das quais ficaram sob proteção do Estado por possíveis represálias à época dos fatos.
Em 2010, o Ibope e outros institutos de pesquisa satélites também noticiaram a vitória de Expedito Júnior ao governo de Rondônia. O tucano aparecia com 21% chegando a 35% na reta final antes do primeiro turno. Devido a problemas na Justiça Eleitoral que o levou a cassação do mandato pelo TSE em agosto de 2009, Expedito Júnior foi barrado do processo eleitoral e ficou de fora mais uma vez.
Em 2014, as pesquisas apontavam a vitória de Expedito Júnior sobre Confúcio Moura do PMDB, no segundo turno. No primeiro turno, em 16 de setembro de 2014, o Ibope noticiou que Expedito Júnior teria 35% dos votos, Confúcio Moura do MDB 28% e Jaqueline Cassol com 12%. O resultado do Ibope não foi aferido às urnas que colocaram Confúcio Moura em primeiro no ranking do segundo turno. Em 13 de outubro o Ibope publicou que Expedito Júnior venceria as eleições com 52% e mais uma vez o instituto errou, pois Confúcio Moura venceu as eleições em 2014 com 53,43% dos votos válidos.
Em 2018 o Ibope publicou sua primeira da série de três pesquisas para o governo de Rondônia apontando Expedito Júnior com 30% dos votos. Que absurdo. A pesquisa não apresenta uma metodologia especificada em distribuição regional, faixa etária e sexo. Impossível crer que uma pesquisa realizada pelo Ibope que errou todas as projeções passadas para o governo irá ter êxito em tempos de movimentação política curta, corrida eleitoral trancada e redes sociais influenciando a decisão do eleitor. O PSDB é o partido com maior rejeição no país devido a suas políticas implantadas na era FHC que quase levaram o país ao precipício. Em todos os estados do Brasil o tucanato está amargando resultados terríveis com a rejeição da população. Alckmin é um exemplo dessa rejeição no plano nacional. Será diferente em Rondônia com Expedito Júnior?