22 de dezembro de 2024

Exército diz que 1.353 homens devem atuar em áreas de queimadas

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O Exército informou que 1.353 homens foram deslocados para atuarem no combate a queimadas em cinco estados da Região Norte. Segundo informações repassadas em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (29) no Comando Militar da Amazônia (CMA), a operação já teve início no estado de Rondônia e deve iniciar em áreas de incêndio no Amazonas, Acre, Amapá e Roraima. Cerca de 180 mil litros de água já foram utilizados durante a ação em Rondônia.

No Amazonas, a região Sul do estado – onde está concentrada a maior quantidade de queimadas – vai receber homens das Forças Armadas. A capital também deve receber a operação em áreas da Região Metropolitana.

Para a operação nestes estados, o Exército usará helicópteros e navios, além de ações terrestres. Vão ser utilizados dois navios de patrulha fluvial, além de dois navios de assistência hospitalar e um helicóptero. Entre os meios materiais empregados para a operação estão, ainda, 49 viaturas. Em Manaus, também vai ser empregado o uso da aeronave C-98.

“Cada caso é um caso. Nas bases próximas de Rondônia, o deslocamento é terrestre. Todo dia é feito o planejamento das equipes que vão se descolar por terra ou helicóptero, conforme a distância. Outras áreas, o combate é feito com o uso de aeronaves. São esses meios. Cada incêndio tem uma característica para ser combatido”, afirmou.

Outros meios empregados
3 helicópteros do Ibama – Rondônia
4 aviões do ICMbio – Rondônia
1 helicóptero do Corpo de Bombeiros de Rondônia
1 C-98 do Corpo de Bombeiros.
Somente no Amazonas, o mês de agosto já apresentou o maior número de focos de queimadas no desde o início dos registros do governo federal, em 1998. Foram 6.145 focos verificados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Áreas mapeadas
O general Nardi, comandante da operação, disse que os locais com focos de fogo que vão receber a atuação do Exército foram mapeados e, com base nos dados, um planejamento de ações foi elaborado. As atividades de combate devem ocorrer até o dia 24 de setembro.

Nesta quarta-feira (28), o governo Federal apresentou dois mapas de calor para dizer que as queimadas na Amazônia reduziram entre os dias 25 e 27 de agosto. Em entrevista no Ministério da Defesa, no entanto, não foram apresentados os dados comparativos de focos de incêndio para demonstrar a redução.

Sobre as áreas desmatadas na região, o comandante diz que a “área de queimada é muito maior que a área de desmatamento”.

“Se forem ver o volume de áreas queimadas que aparece nas estatísticas, elas são bem maiores que as áreas desmatadas. E também pelos incêndios acidentais. Então imagine: um ano que tem um incêndio em Roraima no lavrado, que foi causado pelo raio, ninguém botou fogo ali para tirar madeira. São áreas que o fogo progride muito rápido, de difícil acesso e, no âmbito geral, vai aparecer uma grande área de queimada. Então, as áreas como queimadas são bem maiores que área desmatada há cada ano”, explicou.

Com relação à identificação das causas dos incêndios, o comandante informou que órgãos técnicos ligados à questão são os responsáveis por essa investigação e que o Exército atuará no apoio logístico. “Não temos essa expertise”, disse

Operação Verde Brasil
O Comando Militar da Amazônia (CMA) deu início, neste domingo (25), à operação Verde Brasil. Os trabalhos estão distribuídos entre duas forças-tarefas: uma voltada para Rondônia e Acre e outra para o Sul do Amazonas. Inicialmente, o Amapá, que compreende a área de atuação do comando, não é citado nas ações.

No momento, segundo o departamento de comunicação do CMA, todas as atenções estão voltadas para Rondônia, que sofre com os principais focos de incêndio na região amazônica. No Sul do Amazonas, onde é concentrada a maior porcentagem de queimadas, as ações devem acontecer no decorrer da semana.

Situação de emergência
Ainda no dia 2 deste mês, o Governo decretou situação de emergência no Sul do Estado e na Região Metropolitana de Manaus. A cidade de Apuí lidera o ranking das cidades com maior quantidade de focos entre janeiro e julho, com 673 registros. Em seguida estão as cidades de Novo Aripuanã, Lábrea e Manicoré – todas no Sul do Amazonas.

Segundo o Sema, 43% das ocorrências identificadas aconteceram em áreas federais e cerca de 1% em unidades de conservação estaduais, geridas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).

No Amazonas, os dados das queimadas são obtidos por meio de um trabalho conjunto entre Sema, Ipaam, Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Amazonas (CBMAM), Defesa Civil do Amazonas, Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) e demais forças de segurança estaduais e federais.

Na última sexta-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto autorizando o envio de tropas das Forças Armadas à região para combater a queimadas na Amazônia Legal. Todos os estados da região já pediram ajuda dos militares.

 

Fonte: G1 AM