O governo dos Estados Unidos divulgou um vídeo de um ataque a uma embarcação no Caribe, alegando que a mesma estava envolvida com o tráfico de drogas. O incidente, confirmado pelo ex-presidente Donald Trump em sua rede social Truth Social, resultou na morte de três indivíduos, identificados pelas autoridades americanas como “narcoterroristas”.
Segundo Trump, a Inteligência dos EUA confirmou que a embarcação transportava narcóticos ilícitos e navegava em uma rota conhecida pelo tráfico, com destino aos Estados Unidos. Ele afirmou que o ataque foi autorizado por sua ordem e conduzido pelo Secretário da Guerra, sem especificar a localização exata do incidente ou a origem da embarcação.
Este é o quarto ataque a embarcações semelhantes realizado pelos EUA desde o início de setembro, com um total de 14 mortes. A estratégia norte-americana de combater o narcotráfico no Caribe tem gerado controvérsia e tensões com países da região, especialmente a Venezuela.
Horas antes do novo ataque, a Procuradoria da Venezuela solicitou uma investigação da ONU sobre as ações dos Estados Unidos, classificando-as como “crimes contra a humanidade”. O procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, alega que as vítimas são pescadores e não narcotraficantes, e que o uso de força letal contra civis é inaceitável. A Venezuela também pediu ao Conselho de Segurança da ONU que exija o fim das operações militares dos EUA no Caribe.
Em resposta, o presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou o início de exercícios militares e o treinamento de civis no uso de armas, acusando Washington de planejar uma invasão. A Venezuela já havia realizado exercícios militares na ilha de La Orchila, intensificando a demonstração de força em meio à crise diplomática.
Os Estados Unidos acusam Maduro de envolvimento com o narcotráfico e oferecem uma recompensa de US$ 50 milhões por sua captura. Washington, juntamente com as principais democracias da América e da União Europeia, não reconhece Maduro como presidente legítimo da Venezuela. A situação no Caribe reflete a crescente rivalidade geopolítica entre os EUA e a Venezuela, com implicações para a estabilidade regional e o combate ao crime organizado.
A postura agressiva dos EUA no combate ao narcotráfico levanta questões sobre a legalidade e a proporcionalidade do uso da força em águas internacionais, bem como o impacto humanitário dessas operações. O caso reacende o debate sobre a eficácia das estratégias de combate às drogas e a necessidade de abordagens mais abrangentes que envolvam cooperação internacional e políticas de desenvolvimento social.