Estudo Vislumbra a Utilização de Planta da Amazônia na Substituição de Mercúrio na Extração de Ouro

peixe-post-madeirao

Estudo Vislumbra a Utilização de Planta da Amazônia na Substituição de Mercúrio na Extração de Ouro

peixe-post-madeirao

Substituição Sustentável: Método Inovador Pode Diminuir Impactos Ambientais na Extração de Ouro Usando ‘Pau de Balsa’

Uma inovação científica está emergindo de Rondônia, atraindo os olhos da comunidade ambiental e científica. Cientistas estão explorando o uso de uma planta amazônica, o ‘pau de balsa’, como um substituto do mercúrio no processo de amálgama do ouro, uma liga usada na extração de ouro.

Este estudo está sendo conduzido no Laboratório de Biogeoquímica Ambiental da Universidade Federal de Rondônia (Unir) com a liderança do professor Wanderlei Rodrigues Bastos e da botânica Marta Pereira, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). As análises mostram alta contaminação por mercúrio em briófitas dos barrancos do rio, absorvendo o metal do solo, ar e água.

Em andamento, o estudo pretende buscar uma solução capaz de isolar a propriedade da planta e assim substituir na utilização do mercúrio, no processo de formação do amálgama do ouro. O projeto que pretende substituir o uso do mercúrio pela planta Ochroma pyramidale, conhecida popularmente como ‘pau de balsa’, encontra-se em fase de estudos. Quando estiver concluído, promete colaborar na redução do uso de mercúrio em rios como o Madeira, mitigando os impactos ambientais.

De acordo com os estudos, a folha da planta pode atuar como um detergente, identificando e separando o ouro de outras substâncias.

Dos testes e resultados

A pesquisa espera, após os testes, efetivamente reduzir o uso de mercúrio em rios da bacia do Amazonas, como afirmou a pesquisadora Marta Regina: “Buscamos informações precisas e mais técnicas, para usar a planta em substituição ao mercúrio, que é um dos problemas da mineração artesanal.”

O estudo já demonstrou que o material extraído possui o mesmo efeito do mercúrio para separar o ouro dos sedimentos do rio. A pesquisadora Taise Vargas detalhou: “Conseguimos observar uma interação do extrato da planta com o ouro, formando aglomerados das partículas de ouro. Agora estamos na fase de identificação das substâncias presentes e precisamos ajustar as concentrações adequadas, o tempo de contato e outras variações”.

Minas na Colômbia já empregam com sucesso esse método, misturando água e seiva de plantas na extração de ouro, utilizando apenas práticas ancestrais, sem produtos químicos.

Com o apoio financeiro da Fundação de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à Pesquisa do Estado de Rondônia (Fapero) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), a pesquisa prossegue, prometendo uma alternativa sustentável e inovadora para a mineração de ouro.