Decidida a mobilizar pessoas para o resgate de nascentes de igarapés em Porto Velho, a Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola (Com Vida) da Escola Estadual Murilo Braga projetou este mês suas primeiras ações. Nasceu o SOS Nascentes Igarapés, projeto que poderá inspirar outras escolas a trabalhos semelhantes.
A menos de um quilômetro do centro antigo da capital de Rondônia, o primeiro alvo será o Igarapé Santa Bárbara, que despeja suas águas no rio Madeira [maior afluente da margem direita do rio Amazonas], mas perdeu grande parte da mata ciliar.
No bairro com o mesmo nome moram diversas famílias de alunos da escola. “Coincidência ou não, a equipe está totalmente envolvida para obter os melhores resultados”, previu a coordenadora do Com Vida, professora Carmem Sílvia Andrade.
A ideia do SOS Nascentes Igarapés surgiu durante uma roda de conversas do Com Vida a respeito do tema da Conferência: “Cuidando das águas – Cuidando do Brasil”.
Alunos do 9º ano do Ensino Fundamenta, Marcos Vinícius Castilho e Juliana de Oliveira Manoel sentem-se animados com o desafio: “a participação é boa nos três turnos de aulas”, ele comenta.
Juliana detalhou o projeto, explicando seus componentes. Na primeira fase funcionará o Fala comunidade, que debaterá com moradores e demais interessados a situação de nascentes e seus arredores. Como gostariam de vê-las futuramente? – é a questão principal.
Na sequência, a Com Vida fará a Expedição Igarapé, distribuindo cartilhas e panfletos e dialogando com a comunidade para definir o resgate. Depois, o Comunidade em ação convidará a comunidade para ser protagonista do mutirão de limpeza e arborização.
“De comum acordo com os moradores, escolheremos as mudas de árvores, e ao mesmo tempo um biólogo da Fiocruz-RO irá nos apoiar na análise química das águas do igarapé”, explicou Marcos Vinícius.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema) comprometeu-se a ajudar na retirada do lixo no entorno do igarapé.
“O mais importante agora: tudo deverá ser feito no período entre maio deste ano e dezembro de 2019”, disse a professora Carmem Sílvia Andrade.
Com a divulgação do projeto, elege-se um delegado ou delegada (e suplente) que deverão cursar os anos finais do Ensino Fundamental até o período da Conferência Estadual e ter entre 11 e 14 anos no período da etapa nacional da 5ª Conferência Nacional Infanto-juvenil de Meio Ambiente.
Jovens participantes de escolas da capital escolherão os melhores projetos visando a concorrer à Conferência Nacional, de 15 a 19 de junho, em Brasília.
RESULTADOS COMPARTILHADOS
O Núcleo de Temas Transversais da Gerência de Modalidades Temáticas na Secretaria Estadual de Educação convidou 18 coordenadorias regionais de educação no estado para mobilizar escolas a participar da Conferência.
A coordenadora do Núcleo, Rose Rivero, anunciou as recomendações à comissões ambientais: “Cada uma deverá elaborar um projeto de ação, de acordo com os conhecimentos adquiridos no cotidiano escolar e nos materiais pesquisados, e colocá-lo em prática após o evento”.
O cadastramento dos resultados deve ser feito no site da Conferência, até o próximo dia três de abril. O resultado do trabalho coletivo será compartilhado com outras escolas e com a comunidade.
O QUE É A CONFERÊNCIA
► A Conferência de Meio Ambiente na Escola envolve toda a comunidade escolar, de todos os turnos sem restrição de faixa etária e série.
► Deverão acontecer até o dia 31 de março. Ficará a critério de cada escola a duração e a programação, obedecidos os princípios e critérios estabelecidos no passo a passo para a Conferência de Meio Ambiente na Escola.
► Meta: dialogar a respeito da transformação da escola em um espaço educador sustentável.
► Cada escola construirá ou fortalecerá a Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola (Com Vida), que deverá organizar a conferência envolvendo a comunidade com o tema Vamos Cuidar do Brasil Cuidando das Águas.