Apesar dos impactos, 64,2% das empresas vão manter suas sedes
As enchentes no Rio Grande do Sul causaram a paralisação parcial ou total de 63% das indústrias do estado, conforme pesquisa da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs). O levantamento mostrou que 93% das interrupções duraram até 30 dias.
Principais Impactos
No total, 81% das indústrias gaúchas foram afetadas pelas inundações do mês passado. Os principais prejuízos relatados incluem problemas na logística de escoamento da produção e recebimento de insumos, dificuldades com pessoal e colaboradores, além de fornecedores afetados. Entre os danos, 31,3% das empresas relataram perdas em estoques de matérias-primas, 19,6% em máquinas e equipamentos, 19,6% em estabelecimentos físicos e 15,6% em estoques de produtos finais.
Recuperação Econômica
A Fiergs destacou que os efeitos das enchentes sobre a economia gaúcha só serão plenamente sentidos nos próximos meses e que a recuperação será lenta. Um sinal inicial é a queda na expectativa dos industriais do estado. A pesquisa, realizada com 220 empresas entre 23 de maio e 10 de junho, buscou entender o perfil das indústrias mais afetadas, os tipos de prejuízos sofridos e as perspectivas futuras.
Decisões Empresariais
Apesar dos prejuízos, 64,2% das empresas consultadas não pretendem mudar suas sedes, permanecendo na mesma área. Já 20,1% ainda não decidiram o que farão. A pesquisa revelou também que 52% das indústrias não tinham seguro contra perdas e danos causados pelas enchentes, sendo que entre as micro, pequenas e médias empresas, esse número sobe para 63,4%. Entre as grandes empresas, cerca de 70% tinham seguro. Entre as empresas sem seguro, 16% optaram por fechar ou mudar de localização, comparado a 13% das seguradas.
Medidas de Recuperação
De acordo com o levantamento, 60% das indústrias afetadas planejam investir recursos para a recuperação dos negócios dentro de um mês. As grandes empresas destacam a necessidade de melhorias na infraestrutura e medidas governamentais para prevenir novos alagamentos. Já as pequenas e médias empresas apontam a necessidade de subsídios financeiros e adiamento ou anistia de tributos.
Em uma postagem na rede social X, o ministro extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, informou que a linha de crédito Pronampe Solidário emprestou R$ 1,3 bilhão em três semanas para socorrer micro e pequenas empresas gaúchas. Segundo o ministro, 13 mil empreendedores receberam apoio, e R$ 435 mil foram subsidiados pelo governo. O Pronampe Solidário oferece juro zero, com 40% de subsídio. “Isso é compromisso do presidente Lula com a reconstrução do Rio Grande do Sul”, destacou Paulo Pimenta.