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23 de outubro de 2025

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Em Rondônia, florestas resistem principalmente em áreas protegidas

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Foto: Marizilda Cruppe/Greenpeace

Ao se aproximar da Terra Indígena (TI) Karipuna, em Rondônia, a mudança é notável: pastagens e criação de gado dão lugar à floresta densa assim que se cruza a linha demarcatória. Essa cena se repete em todo o estado, revelando um padrão preocupante: as áreas protegidas funcionam como um escudo vital para a floresta, retardando – embora não impedindo completamente – o avanço do desmatamento.

Dados da plataforma MapBiomas confirmam essa realidade. Entre 1985 e 2024, a expansão da agropecuária foi muito mais intensa fora das terras indígenas (TIs) e das unidades de conservação (UCs) de Rondônia do que dentro delas. Nas TIs, a área ocupada pela agropecuária aumentou em apenas 499 km², menos de 0,8% da extensão total. Fora delas, o crescimento foi de 76.492 km², um avanço 50 vezes maior.

No caso das UCs, a expansão da agropecuária foi de 5.127 km² dentro das unidades (cerca de 6% da área total) e de 71.888 km² fora delas – um crescimento mais de seis vezes maior. Isso demonstra que a proteção oferecida por essas áreas é fundamental para a preservação da cobertura florestal.

Apesar da importância, proteger a floresta tem um alto custo para os povos indígenas. A TI Uru-Eu-Wau-Wau, homologada em 1991 e com quase dois milhões de hectares, é sobreposta ao Parque Nacional de Pacaás Novos, a maior unidade de conservação de Rondônia. A região enfrenta forte pressão do agronegócio e da extração ilegal de madeira, com invasões constantes e riscos de conflito com grileiros e madeireiros.

Demarcação de terras em Rondônia

As unidades de conservação também sofrem pressões crescentes, inclusive do próprio governo estadual. Desde 2020, a InfoAmazonia tem registrado tentativas de reduzir áreas protegidas importantes, como a Reserva Extrativista (Resex) Jaci-Paraná e o Parque Estadual Guajará-Mirim.

Em maio deste ano, a Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO) aprovou uma lei que anula automaticamente multas e processos por crimes ambientais cometidos dentro da Resex Jaci-Paraná. Além disso, o secretário-adjunto de Desenvolvimento Ambiental do Estado de Rondônia está sob investigação por suposto envolvimento em uma grande grilagem de terras dentro da Resex Rio Cautário.

Esse cenário se repete em toda a Amazônia, onde as áreas protegidas são um escudo essencial – mesmo sob constante ataque. Por isso, os povos indígenas defendem que a demarcação de terras seja reconhecida como uma política climática e levam esse debate para a COP30, com o lema: “A resposta somos nós”.

*Este conteúdo foi originalmente publicado pela InfoAmazonia, por Carolina Dantas, Carolina Passos e Renata Hirota.