A empresa farmacêutica Eli Lilly atingiu um valor de mercado de US$ 1 trilhão, tornando-se a primeira do setor a alcançar essa marca. A ascensão da companhia, impulsionada pelo crescimento expressivo do mercado de medicamentos para perda de peso como o Mounjaro, a coloca em um patamar antes ocupado exclusivamente por gigantes da tecnologia.
Crescimento Impulsionado por Novos Tratamentos
A valorização de mais de 35% das ações da Eli Lilly em 2023 reflete a demanda crescente por tratamentos eficazes contra a obesidade. Nos últimos dois anos, o lançamento de novos medicamentos nessa área transformou o segmento em um dos mais lucrativos da saúde.
O tirzepatide, comercializado como Mounjaro para diabetes tipo 2 e Zepbound para obesidade, superou as vendas do medicamento Keytruda, da Merck, tornando-se o fármaco mais vendido do mundo.
Disputa com a Novo Nordisk
Inicialmente, a Novo Nordisk liderava o mercado de medicamentos para emagrecimento, mas a Mounjaro e a Zepbound rapidamente ganharam popularidade, permitindo que a Eli Lilly superasse sua concorrente em número de prescrições. A Lilly se destacou pela rápida expansão da produção e distribuição, além da maior eficácia clínica de seus produtos. A escassez de suprimentos do Wegovy, da Novo Nordisk, em 2021, também contribuiu para o avanço da Eli Lilly.
Desempenho Financeiro e Perspectivas Futuras
As ações da Eli Lilly atingiram um recorde histórico, sendo negociadas a US$ 1.051, com alta de quase 1%. Atualmente, a empresa possui um dos maiores múltiplos do setor farmacêutico, negociada a cerca de 50 vezes o lucro previsto para os próximos 12 meses, refletindo a confiança dos investidores na demanda contínua por medicamentos para obesidade.
No último trimestre divulgado, a receita combinada dos produtos para obesidade e diabetes alcançou US$ 10,09 bilhões, representando mais da metade da receita total da empresa, que foi de US$ 17,6 bilhões.
Analistas do mercado financeiro, como Evan Seigerman, da BMO Capital Markets, destacam a confiança dos investidores na sustentabilidade da área de saúde metabólica da empresa. A expectativa é que a Lilly se mantenha à frente da Novo Nordisk na corrida pelo desenvolvimento de medicamentos para obesidade.
A Lilly elevou sua previsão de receita anual em mais de US$ 2 bilhões, impulsionada pela crescente demanda global por seus medicamentos. Wall Street projeta que o mercado de medicamentos para perda de peso atingirá US$ 150 bilhões até 2030, com a Eli Lilly e a Novo Nordisk controlando a maior parte das vendas.
Os investidores aguardam ansiosamente a aprovação do orforglipron, um medicamento oral para obesidade da Lilly, esperada para o início do próximo ano. Analistas do Citi afirmam que a nova geração de medicamentos GLP-1 já representa um fenômeno de vendas, e o orforglipron deve se beneficiar dos avanços conquistados pelos medicamentos injetáveis.
A empresa também se beneficiará de um acordo com o governo dos Estados Unidos e de investimentos bilionários planejados para impulsionar a produção no país. Embora o acordo de preços com a Casa Branca possa afetar a receita a curto prazo, a ampliação do acesso a seus medicamentos poderá atingir até 40 milhões de potenciais pacientes.










