Com a onda Bolsonaro avançando na maioria dos Estados do país, não foi de se estranhar que as pesquisas de intenção de voto dessem com os burros n’água mais uma vez em Rondônia. O ex-senador cassado Expedito Junior (PSDB) foi para o segundo turno, mas a tendência é que “morra na praia”, mais uma vez.
A verdade é que o tucano sofreu dois impactos que eram de se esperar desde o início de sua candidatura: a sua longa ausência do cenário político, em função de ter sido cassado por compra de votos e perdido o mandato de senador em 2009; assim como a sombra do fraco desempenho do candidato à presidência da República pelo seu partido, Geraldo Alckmin.
Para quem duvida que o cenário nacional possa ter causado alguma inflluência negativa no resultado da votação de Expedito, basta avaliar os números com que o coronel Marcos Rocha (PSL) chegou ao segundo turno. Os 23,99% dos votos válidos não se parecem nada com os números minguados que apareciam associados ao seu nome nas pesquisas desde o início do pleito.
Se Marcos Rocha passou por um processo gradual de crescimento entre a preferência do eleitorado, tal situação passou ao largo da maioria dos institutos de pesquisa que perscrutaram corações e mentes dos eleitores de Rondônia.
O resultado não poderia ter sido pior para Expedito Júnior, que percebeu que o seu teto de votos está bem próximo do que apareceu na primeira pesquisa do Ibope. O risco de disputar com Bolsonaro no dia 28 parece bem pior do que seria caso o emedebista Maurão de Carvalho tivesse chegado ao segundo turno.
Cacife abalado
O tucano agora sabe que não tem muita mágica para fazer nessa segunda etapa da campanha. Enfrentar a onda Bolsonaro com seu cacife abalado por uma condenação por compra de votos, além de ser réu em uma ação penal em andamento sobre ameaças de morte, faz com que Expedito pareça enfrentar um tsunami com uma bóia de borracha na cintura.
Por essa e outras que resta pouco a fazer sobre o assunto entre os caciques da campanha do PSDB em Rondônia, a não ser torcer para que a estratégia desenvolvida pelo PT em nível nacional para tentar impedir que Jair Bolsonaro repita ou melhore seu desempenho nas urnas no segundo turno. De acordo com a falta de paciência e a intolerância dos eleitores para com os ditos políticos à moda antiga, é melhor Expedito já ir se acostumado com a ideia de fracassar mais uma vez ao tentar governar o Estado de Rondônia.
