23 de janeiro de 2025

Dólar fecha a R$ 6,07 e bate recorde nominal; Bolsa cai 1,5%

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Dólar bate recorde e bolsa fecha em queda nesta sexta-feira

O mercado financeiro enfrentou um dia de forte tensão nesta sexta-feira (6). O dólar comercial atingiu o recorde nominal de R$ 6,07, enquanto o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, recuou 1,5%, encerrando abaixo dos 126 mil pontos.

A alta do dólar e a queda da bolsa foram impulsionadas por fatores externos e internos, como a divulgação de dados robustos do mercado de trabalho nos Estados Unidos e as incertezas sobre a tramitação do pacote econômico no Congresso Nacional.

Dólar atinge maior cotação nominal desde o Plano Real

O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 6,071, registrando alta de 1%. Essa é a maior cotação nominal desde a criação do Plano Real, em 1994.

Durante a manhã, a moeda norte-americana chegou a cair para R$ 5,99, mas inverteu a tendência após a divulgação de dados positivos de emprego nos Estados Unidos. A divisa encerrou a semana acumulando alta de 1,02% e, no acumulado de 2024, já registra uma valorização de 25,1%.

Mercado de ações também sofre impacto

A bolsa brasileira também sentiu os efeitos do cenário econômico. O índice Ibovespa fechou o dia aos 125.946 pontos, com uma queda de 1,5%.

No início da manhã, o índice operava com leve baixa, mas despencou após os dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos serem divulgados, aumentando o pessimismo entre investidores.

O que motivou a alta do dólar?

Dois fatores principais contribuíram para o nervosismo no mercado financeiro:

1. Dados de emprego nos EUA

  • Em novembro, foram criados 227 mil postos de trabalho fora do setor agrícola nos Estados Unidos.
  • O número superou as expectativas, mostrando recuperação frente a outubro, quando apenas 36 mil vagas foram abertas devido a eventos climáticos e greves no setor industrial.
  • O resultado reduziu as chances de novos cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed), atualmente na faixa de 4,5% a 4,75% ao ano.

2. Incertezas no cenário doméstico

No Brasil, o mercado reagiu negativamente à tramitação do pacote de ajuste fiscal do governo no Congresso.

  • Há temores de que o pacote seja desidratado, principalmente com a retirada de mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC).
  • A resistência política às medidas foi mal recebida pelos investidores, aumentando a aversão ao risco no mercado interno.

Contexto global e impacto no Brasil

A pressão sobre o dólar não foi exclusividade do Brasil. A moeda norte-americana se valorizou globalmente após os dados de emprego nos EUA. Isso porque um mercado de trabalho aquecido reduz a necessidade de cortes na taxa de juros, fortalecendo o dólar.

No Brasil, o impacto é mais acentuado devido à instabilidade política e econômica, com as incertezas sobre as medidas fiscais propostas pelo governo.

Próximos passos do mercado

Especialistas afirmam que o comportamento do mercado financeiro nas próximas semanas dependerá de fatores como:

  • Tramitação do pacote fiscal no Congresso: A aprovação ou não das medidas será crucial para o humor dos investidores.
  • Decisão do Fed sobre juros: Uma postura mais dura do banco central norte-americano pode manter o dólar em alta.
  • Cenário externo: A evolução da economia global também pode influenciar as cotações e os índices domésticos.