O documentário roraimense ‘A pele do ouro’ foi um dos destaques do 58º Festival de Cinema de Brasília, considerado o maior do país. A produção conquistou os prêmios de Melhor Roteiro de curta-metragem e Melhor Direção de Fotografia na Mostra Competitiva de Curtas.
A obra, com duração de 15 minutos, é inspirada na história real de uma mulher que viveu no garimpo. Para proteger sua identidade, a protagonista é creditada apenas como Patri e ela mesma interpreta seu papel, baseando-se em memórias registradas em diários íntimos ao longo dos anos.
O roteiro premiado é resultado de uma colaboração entre Patri, Marcela Ulhoa, Yare Perdomo e Daniel Tancredi. “Foi uma felicidade muito grande receber esses dois prêmios em Brasília. Já era uma alegria imensa ter sido selecionado entre quase 1400 curtas. E ainda sair com prêmios para roteiro e direção de fotografia… fechou a nossa participação no festival de uma forma incrível”, celebrou a diretora Marcela.
Roraima em destaque no cinema nacional
O documentário apresenta um olhar sensível sobre a vida das mulheres no garimpo. A cineasta Yare Perdomo ressalta a importância de o cinema roraimense ganhar espaço em festivais de destaque. “Quando chamaram nosso nome no palco, mencionaram a premiação primeiro para a Patri, que assina o roteiro junto com a gente. Acreditamos que o roteiro é a vida dela. Trabalhamos essa história com ela, e o festival parece ter entendido essa mensagem”, explicou.
Daniel, responsável pela direção de fotografia, enfrentou o desafio de transmitir a emoção da história sem revelar o rosto da protagonista, respeitando o pedido de anonimato de Patri. “O desafio da fotografia foi fazer um filme sem mostrar o rosto, que é o elemento que geralmente traz as emoções no cinema. Esse é um filme de fronteira, com uma equipe mista de brasileiros e, principalmente, venezuelanas. O prêmio é um reflexo do que acontece quando abraçamos a imigração”, comentou o diretor.
“A pele do ouro” estreou oficialmente no Festival de Cinema de Brasília em 17 de agosto. A produção é uma parceria com a Platô Filmes, produtora roraimense que já havia recebido o Troféu Candango de Melhor Filme em 2020, com o documentário “Por onde anda Makunaíma?”.
O Festival de Cinema de Brasília, que completa 60 anos em 2024, é o mais antigo e tradicional do país, exibindo 80 títulos neste ano, um recorde na história do evento.
*Por Carlos Barroco, da Rede Amazônica RR*











