Alerta é de estudo da Universidade Veiga de Almeida
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A produção de carros híbridos e elétricos no Brasil tem aumentado significativamente nos últimos dez anos. Entretanto, um estudo da Universidade Veiga de Almeida (UVA) aponta que a falta de logística reversa para baterias de carros elétricos pode gerar grandes riscos ambientais. Atualmente, mais de 100 mil veículos híbridos e elétricos foram vendidos no país, totalizando 34 mil toneladas de baterias elétricas, sendo 30 mil toneladas de componentes já no fim de sua vida útil.
Carros elétricos trazem benefícios ao meio ambiente, como a redução na emissão de gases de efeito estufa. Porém, o gerenciamento das baterias no fim de sua vida útil requer integração público-privada. Com o aumento do número de veículos, o desafio de gerenciar ambientalmente as baterias cresce proporcionalmente.
Baterias de veículos elétricos possuem maior peso e vida útil do que as de veículos a combustão. Em 2022, apesar de corresponderem a apenas 2,5% do mercado nacional, veículos elétricos leves representaram 27% em peso de todas as baterias vendidas. O estudo estima que, até 2030, o país poderá receber toneladas de baterias inservíveis com risco ambiental, devido à presença de substâncias tóxicas e potencial para explosões e incêndios.
A logística reversa dessas baterias exige políticas regulatórias adequadas e envolvimento das montadoras de carros. A base do estudo foi uma tese do mestrando Dalton Domingues, que aponta o Acordo Setorial para Implementação de Sistema de Logística Reversa de Baterias Chumbo Ácido como o sistema mais adequado para a destinação correta das baterias de carros elétricos.
A falta de regulamentação impede que baterias usadas e inservíveis sejam recicladas e inseridas na economia circular. A principal alternativa tem sido a devolução aos fabricantes ou importadores, mas há risco de gerenciamento inadequado dessas baterias, afetando a saúde humana e o meio ambiente.
Os resultados do estudo serão publicados em um livro sobre gerenciamento de resíduos em outubro deste ano. Segundo dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), as primeiras baterias de veículos elétricos leves no Brasil estão chegando ao fim de sua vida útil, e ainda não há regulamentação específica para lidar com elas.











