A desova das tartarugas no Vale do Guaporé, em São Francisco do Guaporé, Rondônia, iniciou com atraso em 2025, repetindo o ocorrido em 2024. Tradicionalmente, o período de desova começa em agosto, mas as fêmeas só começaram a depositar seus ovos em outubro.
Especialistas da Associação Comunitária Ecológica do Vale do Guaporé (Ecovale) atribuem o atraso a fatores como chuvas fora de época, a fumaça proveniente de queimadas ilegais e o aumento do nível do rio. A caça predatória também é apontada como uma ameaça à sobrevivência das tartarugas.
A espécie Podocnemis expansa, a maior tartaruga de água doce da América do Sul, é uma das mais afetadas. Os números de filhotes nascidos têm apresentado queda significativa: em 2022, nasceram cerca de 12 milhões de filhotes, enquanto em 2023, esse número caiu para 1,4 milhão, representando uma redução de quase 88%. Em 2024, apenas 350 mil filhotes sobreviveram. A previsão para 2025 é preocupante.
O Vale do Guaporé é um importante berçário de tartarugas de água doce, atraindo milhares de fêmeas que buscam as praias de areia ao longo do rio para a desova. A Ecovale continua monitorando a situação e buscando soluções para proteger as tartarugas e garantir a continuidade da espécie.