Informação é com a gente!

01 de novembro de 2025

Informação é com a gente!

01 de novembro de 2025

Desmanche de veículos: como carros viram peças mais baratas

peixe-post-madeirao
peixe-post-madeirao
Jornal Madeirão - 12 anos de notícias

Últimas notícias

08/10/2025
Aviso de licitação: Pregão eletrônico – licitação n. 90011/2025 – menor preço global
02/10/2025
Publicação legal: Termo de Homologação – Pregào 9009/2025
01/10/2025
Termo de Anulação – Processo Administrativo nº: 72868/2024
01/10/2025
Aviso de dispensa de licitação – PROCESSO ADMINISTRATIVO Nº: 79818/2025
09/09/2025
Publicação legal: Aviso de reagendamento de licitação – 90010/2025
08/09/2025
Aviso de reagendamento de licitação – processo 72868/2024
01/09/2025
Aviso de reagendamento de licitação: processo administrativo 77824/2025
27/08/2025
Publicação Legal: Aviso de Licitação – Processo Administrativo Nº 72868/2024
27/08/2025
Publicação Legal: Aviso de Reagendamento de Licitação – Processo Administrativo Nº 77824/2025
25/08/2025
Publicação legal: Aviso de Reagendamento de Licitação Ampla Participação

As montadoras têm diversificado seus negócios, expandindo-se para além da fabricação de veículos e oferecendo serviços de mobilidade. Essa mudança reflete-se na oferta de veículos, serviços de locação e, cada vez mais, de peças de manutenção.

Em agosto, a Stellantis, proprietária das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, inaugurou o primeiro centro de desmontagem veicular da América Latina, com um investimento de R$ 13 milhões. A unidade, localizada em Osasco (SP), marca a entrada da empresa no que o mercado denomina “reciclagem estruturada de veículos sinistrados e em fim de vida útil”.

Como funciona o desmanche

Na prática, a Stellantis reaproveita carros – inclusive de outras marcas – que não podem mais ser utilizados, seja devido a acidentes ou ao fim de sua vida útil. O objetivo é dar um destino adequado a esses veículos, desmontando, reciclando e reaproveitando suas partes.

“Em uma iniciativa de economia circular, fazia muito sentido trazer peças e produtos de volta para o mercado. Geramos mais valor para uma cadeia ainda pouco explorada”, afirma Alexandre Aquino, vice-presidente de economia circular da Stellantis para a América do Sul.

Com esse projeto, a Stellantis se torna a primeira montadora na América do Sul a investir em um espaço dedicado ao desmonte legal e rastreável de automóveis. A Toyota também anunciou planos de entrar nesse segmento nos próximos anos.

Mercado em expansão

De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) em parceria com a Dana Brasil, o mercado de reposição automotiva movimentou R$ 260 bilhões com a venda de peças em 2024. Estima-se que aproximadamente dois milhões de veículos cheguem ao fim de sua vida útil por ano.

No entanto, dados da Associação Brasileira da Reciclagem Automotiva (Abcar) e do Sindicato do Comércio Atacadista de Sucata Ferrosa e Não Ferrosa do Estado de São Paulo (Sindinesfa) indicam que apenas 1,5% desse total recebe destinação adequada.

Julio Cesar Luchesi de Freitas, presidente da Abcar, explica que a maioria das empresas do setor são negócios familiares, com estrutura industrial padronizada limitada. As entidades Abcar e Sindinesfa estimam um potencial de R$ 14 bilhões anuais em peças recuperáveis ainda não aproveitado pelo setor.

Globalmente, o mercado de remanufatura movimentou US$ 70 bilhões (cerca de R$ 377 bilhões) em 2024, crescendo em média 9,3% ao ano. O avanço tecnológico e a maior rastreabilidade das peças têm impulsionado a formalização do setor.

Legislação e combate ao comércio ilegal

A Lei do Desmanche (n.º 12.977), que regulamenta a atividade de desmontagem de veículos automotores no Brasil, foi sancionada em 2014. O objetivo é organizar o setor e combater o comércio ilegal de peças, contribuindo para a redução de roubos e furtos de veículos.

A lei exige que os desmanches sejam credenciados, rastreáveis e sigam normas específicas, como a emissão de notas fiscais e o registro das operações nos Detrans de cada estado. Apesar da legislação, poucos estados cumprem integralmente as regulamentações, segundo o presidente da Abcar.

Apesar disso, a tendência é de crescimento, com peças remanufaturadas sendo vendidas com descontos de até 50% em relação aos preços de peças novas, devido à eliminação dos custos de produção.