Acidente em Salvador destaca riscos em patrimônios culturais; governo promete reconstrução
Um desabamento no teto da Igreja de São Francisco de Assis, no Centro Histórico de Salvador (BA), matou a jovem Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, e deixou seis feridos na tarde desta quarta-feira (5). Equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil seguem no local para investigar as causas do acidente, que chocou moradores e turistas.
O incidente ocorreu durante o dia, quando parte do forro do teto cedeu sem aviso. Além de Giulia, duas mulheres e quatro homens foram socorridos com ferimentos leves. A igreja, construída no século XVIII, é um dos principais pontos turísticos da cidade e recebe milhares de visitantes anualmente.
Como aconteceu o desabamento?
Segundo testemunhas, o teto começou a desmoronar repentinamente, enquanto fiéis e turistas circulavam pelo local. A queda de escombros atingiu diretamente a vítima fatal e provocou pânico entre os presentes.
Câmeras de segurança registraram o momento exato do desastre, que será analisado pela polícia. Especialistas já coletam amostras da estrutura para entender se houve falhas na manutenção do patrimônio histórico.
Reação das autoridades
O Ministério da Cultura e o Iphan emitiram uma nota expressando “profundo pesar” pelo acidente. Além disso, afirmaram que estão à disposição para colaborar com as investigações.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou: “Estamos tristes com essa tragédia e atuaremos na reconstrução desse lugar sagrado”. Já a ministra Margareth Menezes viajará a Salvador nesta quinta-feira (6) para acompanhar o caso.
Quem é responsável pela igreja?
A Ordem Primeira de São Francisco, responsável pela gestão do imóvel, afirmou que segue protocolos de preservação. Em maio de 2023, o Iphan concluiu o restauro dos painéis de azulejaria portuguesa da igreja.
No entanto, um projeto mais amplo de restauração do edifício estava em fase de elaboração. A falta de manutenção preventiva em estruturas antigas é um problema comum em patrimônios históricos do Brasil.
O que dizem os especialistas?
Engenheiros ouvidos pela reportagem destacam que igrejas seculares exigem inspeções frequentes. “A umidade e o tempo desgastam madeiras e rebocos. Sem monitoramento, o risco de acidentes aumenta”, explica Carlos Almeida, especialista em restauro.
O caso reacende o debate sobre a preservação de prédios históricos no país. Salvador, primeira capital do Brasil, tem mais de 80 edificações tombadas pelo Iphan, muitas em estado crítico.
Ações após o acidente
- Isolamento do local: A área foi interditada para evitar novos riscos.
- Socorro às vítimas: Feridos receberam atendimento imediato no local.
- Investigações: Peritos avaliam se houve negligência na manutenção.
Conclusão
O desabamento na Igreja de São Francisco de Assis expõe a urgência de políticas públicas para proteção de patrimônios culturais. Enquanto a reconstrução é prometida, familiares de Giulia e a comunidade local lamentam uma perda irreparável.