Murilo Henrique Pimenta Becker compareceu no Ministério Público da comarca de Alvorada D´oeste no dia 08 de maio de 2018 para denunciar o deputado estadual Laerte Gomes (PSDB), líder do governo na Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia, afirmando que era obrigado a repassar mensalmente parte de seu salário para a pessoa de “Tui do Frete”.
Na promotoria, o feito foi registrado sob o número 2018001010068419 e tomado termo de informações do denunciante que declarou o seguinte: “Que no período compreendido entre o início de 2015 trabalhei como assistente parlamentar do deputado estadual Laerte Gomes, vinculado à Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia até início de 2018. Que pelo trabalho realizado recebi o valor de R$ 1.850,00 (mil e oitocentos e cinquenta) reais mensais. Que parte desse valor, sendo R$ 750,00 (setecentos e cinquenta) reais, eu era forçado a repassar parte do salário à pessoa conhecida por “Tui do Frete”, não sabendo declinar o nome verdadeiro dessa pessoa; Que os repasses eram mensais e pessoais; Que o combinado era repassar o valor de R$ 750,00 (setecentos e cinquenta) reais por 03 (três) meses, mas isso não aconteceu, sendo que os repasses perduraram até janeiro de 2018; Que conheço “Tui do Frete”, mas não tenho relação de amizade, parentesco ou trabalho; Que o próprio deputado estadual Laerte Gomes e seu chefe de gabinete Lourival é que determinaram o repasse; Que no mês de janeiro do corrente ano neguei ao senhor Lourival repassar o valor a “Tui do Frete”, sendo que no início de fevereiro fui exonerado do cargo provavelmente a mando do deputado Laerte Gomes; Que o único documento que poderei ter são os recibos de pagamentos (lolerites), os quais solicitei à Assembléia Legislativa para a comprovação do vínculo; Que eu recebia o salário em conta corrente, sendo que eu sacava o valor e repassava a parte ao “Tui do Frete”. Que há cerca de 01 (hum) ano, entre 2017 e 2018, estava repassando o valor diretamente à pessoa de Lourival e que este posteriormente repassava ao “Tui do Frete”; Que o denunciante tem cinco testemunhas que podem ser chamadas a depor no Ministério Público na comarca de Alvorada D’oeste sendo que nenhum deles possui vínculo com o deputado estadual Laerte Gomes ou o senhor Lourival; Que recebi o valor de R$ 1.512,00 (mil, quinhentos e doze) reais a título de rescisão trabalhista, sendo que desta vez não fo i forçado a repassar; Que até os valores recebidos a título de férias e 13º salário fui obrigado a repassar, mas somente nos dois primeiros anos, sendo que um período repassado ao “Tui do Frete” e outro ao senhor Lourival”; Que não possui contato telefônico, mas que ele reside próxima à Creche Municipal Branca de Neve, que fica bem perto da Delegacia de Polícia Velha; Que não sei qual o vínculo de “Tui do Frete” com o deputado estadual Laerte Gomes ou o senhor Lourival”.
Outras provas
Perguntado pela reportagem se há outras provas, além das testemunhas, Murilo Henrique Pimenta Becker dos Santos disse que possui, como um vídeo gravado pelo pai, Carlos Becker, envolvendo as pessoas de “Tui do Frete” e o pai do deputado estadual Laerte Gomes conversando sobre os repasses que fazia mensalmente, a pedido do parlamentar e do seu chefe de gabinete Lourival.
Também afirma possuir uma mensagem pelo aplicativo WhatsApp de uma conversa que teve com o deputado estadual Laerte Gomes em setembro do ano passado na qual o parlamentar dizia que o denunciante não estava cumprindo com o combinado de repassar metade do salário ao “Tui do Frete”. Murilo Henrique disse que está aguardando o promotor da comarca chegar para dar maior esclarecimento sobre o fato e que pretende levar as provas que possui para juntar ao inquérito aberto pelo Ministério Público da comarca de Alvorada D´oeste para investigar a situação porque se sentia revoltado com tudo aquilo que passou no período em que trabalhou como assessor do deputado estadual Laerte Gomes, porém não concordava em repassar metade do salário que ganhava para a pessoa de “Tui do Frete”. Alega ainda que ficou sabendo que o deputado exigiu dele o repasse da metade do salário que ganhava da Assembléia Legislativa para ampliar um número de assessor parlamentar, porém sem vínculo com o parlamentado estadual. Por último, afirma não ter receio de retaliação por parte do deputado porque caso ocorra alguma coisa com o denunciante, toda a população do município de Alvorada D´oeste saberá quem cometeu o crime contra sua pessoa. Fonte: Planeta Folha