Itaú Paulista SOPA Images/Getty Images
O Itaú Unibanco, uma das maiores instituições financeiras do país, realizou uma série de demissões nesta segunda-feira (8). O banco confirmou os cortes e justificou as dispensas como resultado de uma reavaliação de desempenho e alinhamento cultural entre seus colaboradores.
Embora o número exato de funcionários desligados não tenha sido divulgado, o assunto rapidamente ganhou repercussão nas redes sociais. Especula-se que os cortes possam ter atingido cerca de mil pessoas, em um universo de aproximadamente 100 mil colaboradores que o banco emprega atualmente.
O posicionamento oficial do Itaú
Em resposta aos questionamentos, o Itaú enviou uma nota à imprensa explicando a sua decisão. Segundo o comunicado, a medida faz parte de um processo criterioso e contínuo de gestão de pessoas, que visa fortalecer a cultura da empresa e garantir a entrega de resultados.
“O Itaú Unibanco informa que realiza periodicamente avaliações de desempenho e de alinhamento cultural como parte de sua gestão de pessoas”, afirmou o banco. Sobre os desligamentos, acrescentou que foram “conduzidos de forma criteriosa, considerando diversos aspectos do trabalho e a aderência às necessidades atuais do banco. Essas ações têm como objetivo fortalecer nossa cultura organizacional e a entrega de resultados”.
Produtividade e cultura na mira
As justificativas de baixa produtividade e falta de aderência cultural se tornaram mais frequentes no mundo corporativo, principalmente após a consolidação de modelos de trabalho híbridos ou remotos. Esses termos, embora pareçam subjetivos, estão ligados a métricas de desempenho e ao alinhamento do funcionário com os valores e objetivos da empresa.
- Aderência cultural: Refere-se à sintonia entre o perfil do colaborador e a cultura da empresa. Isso inclui valores, comportamento, ética de trabalho e a forma como as equipes colaboram entre si.
- Produtividade: Envolve a capacidade do funcionário de entregar as tarefas esperadas com qualidade e dentro dos prazos estabelecidos, contribuindo para os resultados da companhia.
A decisão do Itaú reflete um movimento maior no setor bancário, que passa por uma profunda transformação digital. A automação de processos e o investimento em inteligência artificial têm mudado o perfil de profissional desejado pelas instituições financeiras, que buscam equipes mais ágeis e alinhadas a um ambiente de inovação constante.
Rumores e o debate nas redes sociais
Enquanto o banco adotou um tom formal, as redes sociais foram palco de debates mais intensos. Diversos relatos e comentários sugeriam que as demissões no Itaú teriam mirado, principalmente, funcionários que, apesar de estarem online, não demonstravam engajamento ou produtividade real.
Posts mencionavam que os cortes atingiram colaboradores que “ligavam seus computadores, mas não trabalhavam regularmente”. Essa especulação, ainda que não confirmada oficialmente, alimenta a discussão sobre os desafios de gerenciar a produtividade em regimes de trabalho flexíveis. Portanto, o episódio levanta questões sobre como as empresas monitoram o desempenho e o que consideram como trabalho efetivo.
Um setor em transformação
As demissões no Itaú não são um fato isolado. O setor bancário brasileiro, assim como o mundial, vive um momento de reestruturação. A digitalização dos serviços, o crescimento das fintechs e a necessidade de otimizar custos operacionais têm pressionado os grandes bancos a reverem suas estruturas.
Além disso, a busca por eficiência leva a uma análise mais rigorosa do quadro de funcionários. Desligamentos com foco em desempenho se tornaram uma ferramenta para manter a competitividade em um mercado cada vez mais acirrado. Assim, é provável que outras instituições sigam movimentos semelhantes, ajustando suas equipes para um novo cenário econômico e tecnológico.