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24 de outubro de 2025

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Deflação na América Latina: um fenômeno incomum

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A inflação tem sido um desafio persistente para a América Latina por décadas. No entanto, atualmente, Costa Rica (-1%) e Panamá (-0,3%) apresentam deflação, ou seja, inflação negativa, conforme dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de setembro, em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Causas e Impactos

De acordo com Odalis Marte, secretário-executivo do Conselho Monetário Centro-Americano, a queda nos preços dos combustíveis e a redução do valor de alguns alimentos no mercado internacional contribuíram para a deflação na região. El Salvador, após cinco meses de deflação, retomou um índice positivo de 0,3%, influenciado pela redução de impostos sobre importação de alimentos.

Na Costa Rica, a valorização da moeda local em relação ao dólar foi o fator determinante. Carlos Acevedo, ex-presidente do Banco Central da Reserva de El Salvador, explica que a deflação observada é, em parte, um “efeito pós-pandemia”, onde a correção de preços elevados não indica uma crise como em outros casos deflacionários.

A Costa Rica acumula cinco meses consecutivos de queda de preços, enquanto o Panamá registra um ano de IPC negativo. Embora, à primeira vista, a deflação pareça benéfica para os consumidores, aumentando seu poder de compra no curto prazo, especialistas alertam para os riscos no médio e longo prazo.

Riscos da Deflação

Benjamin Gedan, pesquisador da Universidade Johns Hopkins, ressalta que a deflação não é um objetivo da política econômica, especialmente se resultante da paralisação da economia. Marte adverte que a deflação pode prejudicar o crescimento econômico e a geração de renda, levando à ausência de aumentos salariais, redução do consumo e menor produção.

No entanto, a deflação na Costa Rica e no Panamá não é considerada preocupante, pois a economia de ambos os países está em crescimento. A deflação é vista como um processo de adaptação e não como um sinal de recessão. A estrutura dos gastos das famílias, com maior peso de combustíveis e alimentos no IPC, influencia o impacto da deflação nesses países.

Lições do Passado

O caso japonês, conhecido como “a década perdida”, serve de alerta. A deflação prolongada nos anos 1990 resultou em crise econômica, com redução da demanda, baixas taxas de juros, fragilidade da moeda e falta de investimentos. A tendência de adiar o consumo em expectativa de preços ainda mais baixos agravou o estancamento econômico.

Especialistas defendem que um nível de inflação saudável se situa entre 2% e 4%. A experiência latino-americana no controle da inflação, impulsionada por reformas que garantem a independência dos bancos centrais e uma política monetária responsável, é vista como um ponto positivo. Apesar dos desafios, a região tem demonstrado capacidade de manter a estabilidade econômica.