Débora Bloch falou sobre a experiência de interpretar Odete Roitman na nova versão de Vale Tudo, exibida atualmente pela TV Globo. Em entrevista veiculada no Fantástico neste domingo (22), a artista refletiu sobre a complexidade da personagem e o impacto de sua trajetória no teatro para a construção da vilã.
“Odete é muito teatral. Acho que foi importante para mim ter tido essa formação no teatro para fazer essa personagem, porque ela tem um texto muito especial, muito saboroso. E são textos grandes, monólogos. Porque ela sola, ela fala sozinha praticamente”, afirmou Débora durante a conversa com a repórter Poliana Abritta.
Camadas da personagem
Com mais de quatro décadas de carreira, Débora observou que a antagonista escrita por Manuela Dias não se resume a atitudes cruéis. Para ela, a vilania da personagem provoca reflexões relevantes, especialmente relacionadas a questões sociais.
“Ela é uma personagem que fala coisas horríveis. Mas, volta e meia, traz alguma reflexão sobre a condição dela como mãe, como mulher. Ou sobre a relação dela com o machismo. Não que isso a torne uma pessoa legal. Eu acho que vai ser difícil as pessoas gostarem da Odete, viu? Ela vem ruim mesmo”, disse.
Lembrança de Beatriz Segall
Débora também mencionou seu contato com o universo teatral desde a infância, quando acompanhava o pai, o ator Jonas Bloch, em ensaios e montagens. Nessas ocasiões, conheceu diversos nomes da dramaturgia, incluindo Beatriz Segall, que deu vida a Odete Roitman na versão original da novela em 1988.
“Cresci nos ensaios do meu pai, nas leituras de peças. Desde criança, assistia às montagens em que ele atuava. Me lembro de ter conhecido a Beatriz Segall numa montagem de Hamlet quando eu tinha sete anos. Ela fazia a rainha Gertrudes”, lembrou.
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