Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
A Cúpula do Clima é um evento importante que antecede a 30ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que acontecerá de 10 a 21 de novembro de 2025, em Belém, no Pará. É uma oportunidade para o Brasil colocar a Amazônia no centro das discussões globais sobre o futuro do planeta.
O encontro reúne chefes de Estado e de Governo, ministros e representantes de organizações internacionais para debater temas cruciais como a crise climática, a proteção da natureza, a transição para fontes de energia mais limpas e os impactos cada vez mais visíveis das tragédias ambientais em todo o mundo.
De acordo com o especialista em geografia, Deivison Molinari, a escolha da Amazônia como sede da COP30 é um marco. “A COP é um evento que percorre o mundo, e pela primeira vez será realizada no Brasil e, mais importante, na Amazônia. Isso reforça a necessidade de os países reconhecerem o papel fundamental das florestas tropicais na regulação do clima global e na manutenção da vida no planeta”, explica.
O objetivo principal da Cúpula do Clima é que os países se comprometam a reduzir a dependência de combustíveis fósseis – como petróleo, gás natural e carvão – e a investir em alternativas energéticas mais sustentáveis.
Financiamento e justiça climática
Em novembro deste ano, o Brasil sediou uma edição antecipada da Cúpula do Clima, com a participação de 18 presidentes, 11 primeiros-ministros, do secretário de Estado do Vaticano e do Príncipe William, representando o Reino Unido.
Um dos pontos centrais dos debates foi a criação de mecanismos de financiamento para ajudar países e comunidades a protegerem o meio ambiente. O Brasil propôs o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que prevê o pagamento a países que conservam suas florestas, destinando 20% dos recursos para povos indígenas e comunidades tradicionais.
Esse tipo de fundo é essencial para equilibrar as responsabilidades e garantir que os países mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas recebam apoio financeiro para se adaptarem e mitigarem os riscos, segundo Molinari. “Temos o Fundo Amazônia e agora essa proposta do Fundo Florestas Tropicais. A ideia é concentrar recursos em regiões onde a natureza precisa de proteção”, ressalta.
O presidente Lula da Silva destacou que os países ricos prometeram investir US$ 100 bilhões para apoiar a conservação das florestas em 2009, mas a promessa não foi cumprida, e a dívida já ultrapassa US$ 1,3 trilhão de dólares.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reforça que a busca por novas fontes de financiamento para quem protege o meio ambiente e a redução das desigualdades sociais são elementos-chave para enfrentar a crise climática.
O que é a COP?
A Conferência das Partes é um fórum internacional criado a partir da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para discutir as mudanças climáticas. Ela acontece anualmente desde 1995.
Entre os marcos importantes da COP estão a assinatura do Protocolo de Quioto em 1997, que estabeleceu metas de redução de emissões para países industrializados, e o Acordo de Paris em 2015, que comprometeu os países a limitar o aumento da temperatura média do planeta a 1,5°C.
“Essas discussões vêm desde os anos 70, com a Conferência de Estocolmo em 1972, a Rio 1992, o Protocolo de Quioto em 1997, o Acordo de Paris em 2015 e agora a COP30. É um processo que está sendo construído ao longo de muitos eventos”, conclui Molinari. Segundo ele, a COP é um espaço para que os países criem acordos e comprometam-se a reduzir o uso de combustíveis fósseis, além de direcionar recursos para a preservação do meio ambiente.











